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Eleições MT 2012
Domingo - 03 de Outubro de 2010 às 09:15
Por: Marcos Coutinho

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A famosa frase "alea iacta est" atribuída pelo historiado Suetônio ao então proconsul italiano na Gália, Júlio César, no momento em que atravessa o rio Rubicão para jutamente invadir a Itália, está mais em voga do que nunca em política. Em português, a frase significa "os dados estão lançados" ou "a sorte está lançada", porque, de certo modo, é exprimida quando os fatores determinantes para um resultado já foram realizados, restando apenas revelá-los ou descobri-los.

E hoje, o fator determinante será a votação nas eleições majoritárias (governador e senador) e das minoritárias (deputado estadual e federal). Então, a sorte está lançada para todos os candidatos que vão atravessar o Rubicão do escrutínio popular, muitas vezes em desvantagens, como ocorreu com César, mas o importante é ser submetido, é dar a cara a tapa, é mostrar propostas, é sofrer a ansiedade de uma noite sem sono, é, enfim, saborear os louros de uma vitória e/ou o fel de uma derrota.

Quando Júlio César, ao tomar a decisão de cruzar com suas legiões o rio Rubicão, que delimitava a divisa entre a Gália Cisalpina (Gália ao sul dos Alpes, que hoje corresponde ao território do norte da Península Itálica) e o território da Itália, ele lançou os dados e poderia perder ou vencer. Saiu vitorioso e o gênio militar estrategista transformou-se também um politico eficiente.

Guardadas as devidas proporções e períodos históricos, cada candidato precisa passar pelo mesmo calvário de ir pedir o voto nas ruas, nos municípios; ser exposto à perseguição política de seus adversários (pouco nobres ou sem nobreza qualquer); e, sobretudo, ser avaliado pelo eleitor no dia do pleito. Infelizmente, o Brasil vivencia um quadro em que os partidos políticos vivem uma quase total deterioração moral e física e isso acaba por comprometer todo o senso de lógica do eleitor, pois a infidelidade grassa de forma irreparável.

Nas últimas 72 horas, o eleitor ainda se mostrava indeciso e a definição do processo eleitoral em um ou dois turnos era indecifrável nas conversas alhures. Portanto, a sorte está lançada para os candidatos da majoritária de governador, mas especialmente para o governador Silval Barbosa (PMDB), candidato à reeleição e líder nas pesquisas; para o empresário Mauro Mendes, que disputa e eleição pelo PSB; e para Wilson Santos (PSDB), ex-prefeito de Cuiabá.

Saiba mais sobre Júlio César

César havia evoluído no espaço de duas décadas de um jovem nobre romano a um dos três mais importantes políticos de Roma. Ao participar do primeiro triunvirato romano juntamente com Pompeu e Marco Crasso se estabeleceu não somente como um político eficiente (chegando ao cargo de Cônsul romano) mas também de gênio militar ao expandir as fronteiras da República Romana ao conquistar os Gauleses durante as Guerras da Gália.

Pompeu e César, aliados durante o triunvirato, começaram a afastar-se politicamente após a morte do triunviro Marco Crasso, morto em uma desastrosa campanha militar que tentava subjugar a Pártia e que dissolveu o equilíbrio de forças nesta aliança política. O golpe final foi a morte de Júlia, filha de César e esposa de Pompeu, cujo casamento selava uma aliança entre César e Pompeu. Após sua morte, os dois pouco a pouco se afastaram e uma rivalidade foi-se incrementando especialmente com o incentivo do Senado, que pedia a Pompeu que buscasse tomar ações que limitassem o incremento de poder e riqueza de César com suas conquistas na Gália.

O ponto final desta escalada foi a negação do Senado em prorrogar o período de governo de César na Gália e a ordem para que ele retornasse a Roma para esclarecer seus supostos crimes de guerra na conquista dos Gauleses. Pompeu não somente não vetou tais deliberações, mas, colocou-se como campeão do Senado, deflagrando finalmente o conflito que se tornaria a primeira guerra civil de grande escala da República Romana.

Vale lembrar que, pela lei romana, não era permitido às legiões ingressar no território italiano devido a episódios anteriores em que generais romanos como Mário e Sila haviam usado seus exércitos para tomar o poder em Roma. Devido a estes precedentes, era proibido a um governador provincial, um Proconsul como César, cruzar com suas legiões a divisa com o território italiano. O rio Rubicão demarcava esta divisa entre a Gália, governada por César, e a Itália e ao cruzá-lo César declarava um conflito aberto com o Senado romano e com Pompeu, que se colocava por motivos políticos seu defensor.

A principal razão que levou César a tomar tal decisão era a ameaça no Senado romano de julgá-lo por crimes de guerra cometidos durante sua conquista da Gália Transalpina (atual território que consiste da França, Bélgica, Holanda e parte da Alemanha). A conquista romana da Gália, conduzida de forma tremendamente violenta, trouxe a César um grande prestígio em Roma. Com a aproximação do final de seu período de governo da Gália, período no qual César era imune a ações judiciais contra sua pessoa, seus opositores viram a oportunidade de usar a acusação de crimes de guerra como uma forma de tirar César do centro do teatro político romano.

 





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