Serra diz que não abraçará causas só para ter apoio de Marina

De olho no eleitorado de Marina Silva (PV), o candidato tucano à presidência, José Serra, disse que não pretende abraçar a causa ambiental apenas para seduzir quem votou na ex-ministra. Não vou agora virar ambientalista de última hora, como não virei cristão de última hora, como não virei nada de última hora. Minhas posições são sempre muito claras, não fico mudando de uma hora para outra conforme a conveniência eleitoral.

Serra disse que conhece as diretrizes apresentadas no programa de Marina e avalia que há muitas coisas em comum com as suas. Ele entende, entretanto, que não são somente os votos da senadora que estão em questão. É uma nova eleição.

Caso não obtenha o apoio da candidata derrotada no último domingo (3), o tucano afirmou que respeitará a decisão de Marina, qualquer que seja ela, e lembrou a relação próxima que seu partido mantém com o PV.

Serra retomou a campanha ao lado do governador eleito de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), visitando as obras do novo trecho da avenida Jacu Pêssego que vai ligar o Rodoanel sul e a região do Grande ABC à zona leste de São Paulo. Na visita, Serra se mostrou confiante de que, caso eleito, irá ter a maioria do congresso ao seu lado para governar. Lembrado de que as eleições do último domingo montaram um cenário desfavorável a um possível governo seu na Câmara e no Senado, porque foram eleitos políticos da base aliada do PT, ele rebateu: isso daí no Brasil nunca é assim. Você sempre tem gente nos partidos que é mais identificada com um projeto como o nosso. Tenho experiência de formar maioria e vou fazer uma maioria forte e organizada.

Também participou da visita a senhora Tereza Odília Gaza, que se diz irmã da primeira-dama Marisa Letícia. Ela, contudo, disse apoiar Serra e Geraldo por considerar que o PT é muito radical. Tereza afirmou que, nas reuniões familiares que participa, o presidente Lula não conversa de política com ela, nem questiona suas posições. Mesmo sendo filiada ao PSB, que tinha o candidato Paulo Skaf concorrendo ao governo de São Paulo, ela revelou que votou em Alckmin e que, até agora, o seu partido, aliado da base governista, não a cobrou por seus posicionamentos políticos.