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Saúde
Quarta - 06 de Outubro de 2010 às 15:05
Por: Renata Capucci

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Dois quilos duzentos e cinquenta gramas, 42 centímetros. Peso e medida de um recém nascido, mas Ana Júlia tem quase cinco meses. A menina nasceu em 28 de maio pesando apenas 365 gramas e medindo 27 centímetros.

Leila, a mãe, é hipertensa e a gravidez teve que ser interrompida com 24 semanas. Neste momento, uma luta pela vida começou. Pequenina mas valente, Ana Júlia logo passou por uma cirurgia cardíaca.

Por mais de um mês Ana ficou respirando com ajuda de aparelhos e recebendo nutrientes através do soro. Quando começou a ser alimentada com leite eram poucas gotas, um mililitro, de 6 em 6 horas.

“Em nenhum momento ela deu pra gente um indicio de que ela não viveria, ela sempre mostrou pra gente eu quero ficar e ela tá aí”, comenta Caroline Matioli Moraes, enfermeira.

Ana Júlia é o menor bebê que nasceu e sobreviveu no país. Antes dela, só Arthur. Um menino que também nasceu aos seis meses de gestação em agosto de 2006 pesando 385 gramas, 20 gramas a mais que Ana.

“Um bebê tão pequeno assim é necessário que as pessoas tenham muita experiência, porque a chance de cometer erros e a tolerância da criança ao erro é muito pequena”, comenta Fernando Martins, médico.

Cento e trinta e dois dias depois do nascimento, Ana Júlia finalmente vai pra casa. Ter alta da UTI significa vida normal pra ela: acompanhamento pediátrico, vacinas, crescimento, alimentação, tudo igual a qualquer outro bebê saudável. Mas pra quem esperou tanto por este momento e sofreu muito durante essa espera, é difícil acreditar que não seja um sonho.

“Depois daquela sensação horrível da gente como mãe sair da maternidade sem poder carregar o filho nos braços, que é um dos piores momentos que a gente passa neste processo todo. É ter sair com ela bem, com saúde sem seqüelas, graças a Deus. Então é uma emoção que não tem como descrever em palavras”, diz Leila de Oliveira Horácio, mãe da Ana Júlia.

A família prepara uma festa pra receber Ana Júlia. É hora de celebrar a nova vida com a chegada de alguém que cabia na palma da mão e ensinou a todos os significado de coragem.

“Ela é uma guerreira. Eu até brinco que o nome dela tinha que ser Ana Guerreira Júlia. Vou curtir cada momento que eu puder junto com ela”, afirma a mãe.
 




Fonte: Do G1

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