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Cidades
Quinta - 07 de Outubro de 2010 às 10:14
Por: DIÁRIO DE CUIABÁ

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BR-364 é campeã em concentração
BR-364 é campeã em concentração
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) detectou nas cinco rodovias federais que cortam Mato Grosso 45 pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes. Deste total, 39 ficam no perímetro urbano e outros seis, em área rural. De acordo com levantamento da corporação, pontos nas rodovias próximas a cidades são mais problemáticos porque "facilitam a interação entre vítimas, agressores e se tornam ambientes propícios (ao ilícito)", conforme trecho do estudo.

Entre os estados da Região Centro-Oeste, Mato Grosso fica atrás de Goiás (117) e Mato Grosso do Sul (109) só perdendo para o Distrito Federal (10). A Região Centro-Oeste, com 281 pontos, é a quarta no país com registro do problema. A primeira do ranking é a Nordeste (545). A Sul vem em seguida, com 399 pontos, depois a Sudeste, com 371 pontos e, por fim, a Norte, com 224 pontos vulneráveis.

Os números compõem a 4ª edição do Mapeamento de Pontos Vulneráveis à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes nas rodovias federais.

Uma nova metodologia da PRF estabeleceu em cada ponto um nível de risco que vai de baixo a crítico. Entre os indicadores de risco estão existência de prostituição de adultos; de registros policiais de exploração de menores, de tráfico ou consumo de drogas, entre outros. Em Mato Grosso, 20 pontos críticos foram localizados. Nesta categoria de risco, o Estado ficou na 16ª posição nacional.

A rodovia com maior quantidade de pontos vulneráveis presente em Mato Grosso de longe é a BR-364, com 116 ao longo de toda ela. O estudo demonstra que não dá para dizer que todos estão no Estado, já que a rodovia ainda passa por Minas Gerais, Goiás, Rondônia e Acre. A BR-163, que liga Mato Grosso ao Pará, é a segunda colocada com 97 pontos em toda sua extensão.

A reportagem entrou em contato com a Superintendência da PRF em Mato Grosso para comentar os números. A assessoria de imprensa da corporação informou que o levantamento faz parte de uma amostragem nacional, que captou dados de cada posto da PRF em Mato Grosso para envio a Brasília. A PRF no Estado ainda informou que, após o período eleitoral, vai informar em estudo próprio os pontos vulneráveis à exploração de menores presentes em Mato Grosso.

PROBLEMÁTICA

A exploração de menores é acima de tudo um problema social. Além de divulgá-lo, a PRF pretende forçar o poder público a promover políticas de combate à exploração infanto-juvenil. De acordo com a representante do Estado no Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Criança e o Adolescente, Dilma Carmargo, a exploração é um fenômeno sutil. "Nas cidades ela não aparece tão evidente como nas rodovias. Em Mato Grosso o problema não é tão evidente como em outros estados", salienta. O estudo da PRF demonstrou que os vazios demográficos na região poderiam explicar os índices obtidos em Mato Grosso. Camargo salienta que as crianças encontradas nessa situação são vítimas. "Elas não são prostitutas e, sim prostituídas", reforça. O setor do turismo já discute medidas de enfrentamento do problema durante a Copa do Mundo no país.

 

 





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