Prisão de empresário foi arbitrária e ilegal, diz advogado

O advogado Roger Fernandes, defesa do empresário Celso Luiz Lodea, preso por 60 dias acusado de fazer parte de uma quadrilha especializada em roubo, receptação e adulteração de carretas, disse em entrevista ao Olhar Direto que seu cliente não foi preso por engano, mas que a ação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) foi arbitrária e ilegal.

“Não acho que meu cliente foi preso por engano, pois eles sabiam quem ele era, entendo que foi uma prisão arbitrária e ilegal”, disse o advogado, ao explicar que o Gaeco foi cumprir um mandado de busca e apreensão em uma fazenda vizinha à de Celso Lodea, mas, como não encontraram nada, seguiram para a fazenda do empresário.

Celso foi preso em flagrante no dia 6 de agosto deste ano em Sorriso, após terem sido encontrados em sua fazenda um cavalo trator e três semirreboques roubados, de propriedade de Loidemar Silva Landefeldt, que também foi preso.

Segundo o advogado, em depoimento, Loidemar confirmou a versão de Celso, alegando que o empresário não tinha conhecimento de que os caminhões eram roubados é só permitiu que ficassem na fazenda enquanto faziam outros trabalhos na região.

Celso recebeu liberdade provisória nessa terça-feira (5), em decisão proferida pelo juiz da Vara Especializada conta o Crime Organizado de Cuiabá, José Arimatéa Neves Costa. O magistrado acrescentou também que a soltura do acusado “não causaria embaraço à produção de provas durante a instrução processual”.

Segundo o promotor de Justiça, Arnaldo Justino da Silva a participação do empresário no esquema será discutida durante a instrução processual e que existem fortes indícios do envolvimento do acusado com uma quadrilha especializada no roubo de carretas, adulteração de sinais identificadores de veículos, receptação qualificada e lavagem de dinheiro. Calcula-se que os prejuízos causados pela quadrilha, que atuava há 13 anos em Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, estejam em torno de R$ 80 milhões.