Crise faz imigração para países ricos despencar, diz estudo
A imigração de países pobres para nações ricas sofreu um grande golpe por causa da recessão internacional e o número de imigrantes caiu drasticamente. A conclusão é de um estudo feito pelo Instituto de Políticas Migratórias, sediado em Washington.
Essa é a primeira vez que há uma queda na imigração para países ricos, que vinha crescendo nos últimos 30 anos. A ampliação de comunidades estrangeiras em nações desenvolvidas também ficou estagnada. Segundo a análise, feita a pedido da BBC, os imigrantes - especialmente homens jovens - estão entre os grupos mais afetados pela crise econômica mundial.
Um dos maiores exemplos desse novo cenário é a Espanha, onde até 40% dos imigrantes estão desempregados. Lá, os que mais sobre são os imigrantes do norte da África e de países na América Latina, como Equador e Bolívia. A explicação para o problema é que esses estrangeiros costumavam trabalhar na construção civil e na indústria manufatureira, dois dos setores que mais sofreram com a crise.
Paquistaneses, bengalis e hispânicos
Já na Grã-Bretanha, os grupos mais afetados são os paquistaneses e os bengalis. Nos Estados Unidos, os hispânicos são os mais prejudicados. Em alguns países, a redução no número de imigrantes foi dramática. A Espanha, por exemplo, recebeu quase 70% menos imigrantes em 2009 do que no ano anterior.
Irlanda e Grécia estão prestes a deixarem de ser países que importa mão de obra para se transformarem em nações de onde a população sai para encontrar trabalho. No caso irlandês, o número de imigrantes vindos de novos membros da União Europeia e de países do Leste Europeu caiu cerca de 60% entre 2008 e 2009.
Ilegais
O número de imigrantes ilegais que tentaram entrar na União Europeia pelo mar também caiu: cerca de 40% entre 2008 e 2009 - e segue caindo este ano.
A mesma queda foi registrada pelos Estados Unidos em relação aos mexicanos que tentaram entrar no país. A imigração legal também diminuiu: o país emitiu um número de vistos cerca de 50% menor para trabalhadores temporários.
O estudo afirma, porém, que o volume de dinheiro enviado aos seus países de origem sofre apenas uma pequena variação. Ao que parece, quando é preciso enviar dinheiro para seus familiares, os imigrantes encontram um jeito - com ou sem recessão.
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