Cuiabá e VG garantiram vitória a Taques
Se algum candidato surpreendeu pelo bom desempenho nas urnas, seu nome é Pedro Taques. O percentual de votação disponibilizado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) revela que o ex-procurador da República que renunciou o cargo para se filiar ao PDT e lançar candidatura ao Senado foi eleito graças à ótima votação nos três maiores colégios eleitorais do Estado – Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis – associado ao desempenho pífio do candidato Carlos Abicalil (PT) nestas localidades.
O “fenômeno Pedro Taques” surpreende e requer análise. Embora tenha garantido sua vaga como senador, ele também perdeu. Abicalil, que aparecia como favorito à segunda vaga nas pesquisas que antecederam a eleição, venceu o ex-procurador em 101 dos 141 municípios de Mato Grosso. A diferença de votos entre Abicalil e Taques, contudo, foi de 175.160 votos em todo Estado a favor do pedetista.
Com 24,48% dos votos, que representa 708.440 eleitores, Pedro Taques conquistou a segunda vaga ao Senado derrotando Abicalil que obteve 533.280 votos (18,43%); Antero Paes de Barros (PSDB), que somou 345.094 votos (11,92%); Jorge Yanai (DEM) que teve 101.766 (3,52%); procurador Mauro Cesar Lara (PSOL), 97.803 (3,38%); e Naildo Lopes (PV) que somou 34.781 votos (1,20%). O primeiro colocado na disputa para senador foi o ex-governador Blairo Maggi (PR) que, conforme o esperado, teve uma votação recorde com a preferência de 1.073.039 eleitores (37,08%).
Em Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis, Pedro Taques conquistou mais de 50% de seus votos. A campanha do candidato foi tímida no interior do Estado, já que há seis meses da eleição ele ainda atuava no Ministério Público Federal em São Paulo. Como candidato, Taques chegou como um desconhecido nas cidades, inclusive, sendo chamado como “Pedro do Táxi”. Mas conseguiu associar sua imagem com o combate à corrupção principalmente citando o ex-chefe do crime organizado em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro, preso a seu pedido na época em que era procurador da República.
O pedetista ficou em primeiro lugar na Capital superando até mesmo o favorito nas urnas. Somente em Cuiabá, Taques abriu uma larga vantagem de 165.544 votos em relação ao petista, que ficou na quinta posição. O senador eleito teve 36,35% dos votos seguido de Maggi (32,03%), Antero (11,47%) e procurador Mauro (8,64%). Carlos Abicalil amargou a quinta colocação com 8,20% dos votos.
Em Várzea Grande, Abicalil pulou para a quarta posição, mas continuou atrás de Pedro Taques, Blairo Maggi e Antero Paes de Barros. Na Cidade Industrial, a diferença entre o pedetista e o petista foi de 59.766 votos.
Nem mesmo na base eleitoral do ex-governador Blairo Maggi, Pedro passou despercebido. Enquanto o republicano teve 63.981 votos em Rondonópolis, Taques teve 62.981. Com a ajuda do candidato a vice-governador de sua chapa, o deputado Otaviano Pivetta (PDT), o pedetista repetiu a segunda colocação em Lucas do Rio Verde. A maioria das cidades em que Taques obteve vantagem está localizada no entorno da Capital e Lucas.
Se por um lado, o desempenho do estreante surpreende nas maiores cidades mato-grossenses, por outro, aponta necessidade de expansão. Em Alta Floresta, localizada no extremo norte do Estado, por exemplo, a população destinou 25,03% dos votos a Abicalil contra 14,64% de Taques.
Na primeira Capital de Mato Grosso, Vila Bela da Santíssima Trindade, o petista tem mais que o dobro de votos que o pedetista. A vantagem é ainda maior em Cotriguaçu, onde Abicalil venceu com 35% contra 4,77% de Taques; em Canabrava do Norte, 18,57% contra 5,01%; Feliz Natal, 25,18% do petista e 5,13% do pedetista; e Juruena onde Abicalil venceu com 37,28% enquanto Pedro Taques conquistou apenas 6,67% do eleitorado.
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