Partidos iniciam "caça" para punir infiéis no Estado
Passados apenas 5 dias da eleição, partidos já falam em punir os "infieis" que não seguiram as orientações e apoiaram candidatos de outras legendas na campanha. Dirigentes do PPS, PSDB e DEM são os primeiros a se movimentar, mas siglas como PMDB, PSB e PDT também devem reagir às dissidências.
O presidente estadual do DEM, Oscar Ribeiro, admitiu ontem que o partido não perdoou as dissidências. Pelo menos 20 prefeitos da legenda apoiaram a reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB), apesar dos democratas participarem oficialmente da coligação de Wilson Santos (PSDB) e indicarem o deputado estadual Dilceu Dal Bosco como candidato a vice-governador na chapa. "Vamos fazer sim essa discussão, mas isso vai ocorrer somente depois do segundo turno presidencial, pois nossa prioridade é ajudar a eleger José Serra (PSDB) no dia 31 de outubro".
O presidente estadual do PPS, deputado Percival Muniz, também já admite punições. Assim como o DEM, no entanto, ele garante que o assunto só vai ser discutido a partir de novembro, já que ele é um dos coordenadores da campanha de Serra em Mato Grosso.
A punição aos infiéis voltou a ser discutida no meio político ontem com os rumores de que o PMDB teria enviado uma carta cobrando explicações e ameaçando de expulsão o prefeito José Carlos do Pátio, de Rondonópolis (a 210 km de Cuiabá). Ele se recusou a subir no palanque do governador reeleito Silval Barbosa para defender Wilson Santos.
A direção do PMDB negou ter enviado a carta ao prefeito, que também negou ter sido ameaçado de expulsão. O assunto, no entanto, pode retornar à pauta de discussão da legenda após o segundo turno, já que a cúpula da legenda ainda não "engoliu" a decisão de Pátio. Ele foi um dos poucos dissidentes da sigla.
As dissidências atingiram praticamente todas os grupos políticos. No PT, vários filiados se recusaram a apoiar a candidatura de Carlos Abicalil ao Senado para ajudar Pedro Taques (PDT). No PR, os prefeitos Getúlio Viana (Primavera do Leste) e Walter Lopes Faria (Canarana) deixaram o grupo de Silval para apoiar Mauro Mendes (PSB). O empresário também teve correligionários apoiando Silval, assim como filiados do PSDB de Wilson. Os tucanos também garantem que vão discutir punições após o segundo turno.
A cúpula do PTB em Mato Grosso também vai avaliar punições. Apesar do assunto já estar sendo cobrado pelos filiados, o presidente estadual e prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB), não retornou as ligações de A Gazeta mesmo tendo sido comunicado por assessores. Dirigentes da agremiação de 16 municípios, incluindo prefeitos, vereadores e membros do diretório estadual declararam apoio à reeleição do governador Silval, apesar da legenda integrar a coligação do candidato derrotado Wilson Santos.
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