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Política
Sábado - 09 de Outubro de 2010 às 08:22
Por: Romilson Dourado

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Fernando Ordakowski
Prefeitos Pátio (PMDB), Maria Isaura (Alta Floresta) e Túlio Fontes (Cáceres) fizeram oposição à candidatura Silval
Prefeitos Pátio (PMDB), Maria Isaura (Alta Floresta) e Túlio Fontes (Cáceres) fizeram oposição à candidatura Silval
Prefeitos empenhados na campanha de candidatos que perderam para o Palácio Paiaguás começam agora a tentar passar uma borracha e se aproximar do governador reeleito Silval Barbosa. Dos 141 gestores, somente três de cidades-pólos se opuseram à máquina estadual de forma contundente, sendo eles Zé do Pátio (PMDB), de Rondonópolis (Sul); Túlio Fontes (DEM), de Cáceres (Oeste); e Maria Izaura (PDT), de Alta Floresta (Nortão).

Mesmo filiado à legenda peemedebista de Silval, Pátio fez campanha contra. Abraçou o nome do ex-prefeito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB), que acabou em terceiro lugar na corrida à sucessão estadual. Pátio foi intransigente com seu partido e com o governador por causa de mágoas do pleito de 2008. Alegou possuir lealdade para com Wilson e o PSDB, que apoiaram-no para prefeito em detrimento de Silval. Desde 2009, quando assumiu o comando do terceiro maior município mato-grossense, Pátio reclama do tratamento da administração estadual, com Blairo Maggi e, depois, com Silval. Aponta boicote nos projetos de parcerias e perseguição. Como teve posicionamento duro, o peemedebista teme que o seu colega de legenda venha seguir o exemplo de Maggi e não dar importância à administração local.

O governo detém um orçamento de praticamente R$ 8 bilhões. Controla uma máquina poderosa, com 24 secretarias e vários órgãos e empresas vinculados. Os recursos chegam aos municípios não só com repasses obrigatórios da arrecadação advinda do ICMS e de outros tributos, mas também com definição de obras, como construção de escolas, ampliação das unidades de saúde e nas bases de segurança. Dependendo das articulações e do interesse do governador, pode atrair indústrias e definir projetos macro para determinados municípios, o que acaba por contribuir de forma decisiva para o crescimento socieconômico. É nessa hora que prefeitos de oposição ficam em desvantagem.

Em Cáceres, cidade-pólo do Oeste, Túlio Fontes abraçou a candidatura Wilson e passou a disparar críticas ao governo. Sustentou a tese de que o Estado abandonou a região e desenhou um cenário de caos em setores como saúde e segurança e cobrou providências para retomada de projetos "esquecidos", como a ZPE e a hidrovia Paraguai-Paraná. A exemplo de Pátio, Túlio jogou todas as fichas em Wilson e se viu frustrado com o resultado das urnas. No primeiro debate da campanha entre os candidatos a governador, realizado por uma rádio de Cáceres, o prefeito foi acusado de armar contra Silval, usando um jornalista e assessor para atacar o governador. Como percebeu depois que a ação teve repercussão negativa, Túlio telefonou para o governador, garantindo que não fora iniciativa sua a manobra para tentar desmoralizar a administração estadual.

A prefeita de Alta Floresta Maria Isaura também jogou duro contra o governo e em defesa da candidatura de Mauro Mendes (PSB), segundo colocado nas eleições. Agora, ela já escalou emissários para tentar aparar as arestas com o Palácio Paiaguás. Com seus orçamentos comprometidos com custeio, os prefeitos de um modo geral vivem de pires nas mãos. Buscam ajuda no governo federal, tanto que anualmente se envolvem no movimento marcha a Brasília, e também pedem socorro à administração estadual. Na divisão do bolo, leva pedaço maior quem é aliado. É por isso que Pátio, Túlio e Isaura correm para não deixar seus municípios famintos de recursos.




Fonte: RD News

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