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Meio Ambiente
Sábado - 09 de Outubro de 2010 às 09:13

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O desmatamento na Amazônia em agosto deste ano atingiu uma área de 265,1 quilômetros quadrados - área equivalente a quase o território de Santos, no litoral paulista. O Estado que mais desmatou no período foi o Pará, com 134,1 quilômetros quadrados de floresta derrubada (área comparável à do Guarujá). Em segundo lugar ficou Mato Grosso, com 54,9 km2.

Em agosto, o País enfrentou um longo período de seca e houve uma explosão das queimadas. Mesmo assim, comparando-se com o mesmo mês em 2009, houve uma queda de 47% na taxa de desmate (498,1 quilômetros quadrados) e de 45,3% se a comparação for com a taxa do mês de julho deste ano - quando foram desflorestados 485,1 quilômetros quadrados.
"Os índices vêm mantendo uma tendência de queda", afirmou ontem Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente.
 
Os dados são do sistema Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
 
O objetivo do sistema é fazer alertas para auxiliar os órgãos de controle na fiscalização. São observados pelo Deter polígonos de desmatamento maiores que 25 hectares.
 
De acordo com a ministra, está praticamente pronto um novo sistema de monitoramento do desmate. Ele é chamado de Indicador de Desmatamento por Imagens e Radar (Indicar).
 
A vantagem desse sistema com radar é que será possível ver o desflorestamento sob as nuvens. Serão utilizados dados da agência espacial japonesa, captados pelo satélite Alos. O Indicar terá a capacidade de identificar áreas desmatadas acima de 10 hectares (ou seja, verá mais que o Deter).
Queimadas. Segundo o Inpe, até anteontem, o Brasil registrava um total de 131,6 mil focos de incêndio neste ano - um aumento de 124% em relação a 2009 e de 34,3% em relação a 2008.
 
De um total de 304 unidades de conservação federais (como parques e reservas), 90 foram afetadas pelo fogo. E 32 focos ainda estão ativos. Há incêndios em andamento, por exemplo, no Parque Nacional de Serra das Confusões (PI), na Estação Ecológica Serra Geral (TO) e na Chapada Diamantina (BA).
 
A ministra espera que os incêndios sejam controlados nos próximos dias. O bioma mais afetado pelas queimadas foi o Cerrado - mais de 70% dos focos ocorreram no Centro-Oeste do País.
 
A pesquisadora Mercedes Bustamante, da Universidade de Brasília (UnB), espera que o governo faça uma ampla análise dos prejuízos que as queimadas provocaram ao Cerrado.
 
Para ela, é preciso verificar se as áreas queimadas estavam em frentes de avanço da agropecuária e se os incêndios foram naturais ou intencionais. "É importante que a chegada das chuvas não interrompa o monitoramento sobre o bioma e as ações contra as queimadas", afirmou.
 
Segundo a geógrafa e coordenadora do Fórum de ONGs Ambientalistas do Distrito Federal, Mara Moscoso, "o Jardim Botânico de Brasília teve quase toda a sua área queimada em 2005 e até hoje não são mais avistados mamíferos maiores".

 




Fonte: Estadão

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