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Obesidade infantil aumenta quatro vezes a chance de hipertensão na vida adulta
Se o seu filho está acima do peso, é hora de mudar a rotina e garantir mais saúde para a família. Um estudo feito por pesquisadores do Riley Hospital for Children, da Universidade de Indiana (EUA), mostrou que a obesidade infantil pode aumentar as chances de hipertensão quando as crianças atingem a idade adulta.
A pesquisa começou em 1986, quando os cientistas começaram a acompanhar o desenvolvimento de mais de 1.100 crianças e adolescentes saudáveis. Eles verificaram peso, altura e pressão arterial de todas elas duas vezes por ano. Passados 27 anos, os investigadores descobriram que 68% dos jovens estavam com peso normal, 16% estavam com sobrepeso e os outros 16% se tornaram obesos. Dos 1.100 participantes, 119 foram diagnosticados com hipertensão. Desses 26% eram obesos, 14% tinham sobrepeso e apenas 6%, peso normal. Os resultados mostram que a obesidade infantil aumenta em quatro vezes as chances de hipertensão na vida adulta.
Estudos mostram que a prevalência de pressão alta entre crianças está aumentando. Uma pesquisa publicada no jornal científico da Associação Americana do Coração comparou um grupo de 3.248 crianças e adolescentes examinados no início da década de 90 e outro grupo de 8.388 crianças examinadas ao longo dos anos 2000. Entre os meninos, a incidência de pressão alta passou de 15,8% para 19,2%. Já entre as meninas, a porcentagem aumentou de 8,2% para 12,6%.
Outro dado preocupante da pesquisa é que, nos dois grupos, mais de 80% dos pacientes consumiam mais de 2,3 g de sal diariamente – a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária de até 2 g. O consumo excessivo de sódio contribui para o aumento da pressão.
De acordo com Vera Koch, nefrologista pediátrica e membro da Sociedade Brasileira de Hipertensão, o aumento dos problemas de pressão em crianças está diretamente relacionado ao sobrepeso e à obesidade infantil. “Nessa população, temos visto não só a hipertensão, mas outras alterações graves no metabolismo, como gordura no sangue, resistência periférica a insulina (o primeiro passo para a diabetes tipo II) e alterações na função renal. O fato de a criança estar obesa coloca todo o organismo em desequilíbrio”, diz. Por conta disso, problemas que antes só eram coisa de adulto começam a aparecer em crianças e adolescentes.
Portanto, para frear esse aumento de pressão alta e tantas outras doenças que começam a dar as caras nos consultórios pediátricos, seria preciso, em primeiro lugar, resolver a obesidade infantil. Como? Bom, você já sabe: oferecendo alimentação balanceada e oportunidades de praticar exercícios. Para as mães que trabalham ou moram em grandes centros urbanos, que raramente oferecem bons lugares para a criança brincar e correr de forma segura, o desafio é um pouco maior. Mas não impossível! Separamos algumas dicas para ajudar você nessa batalha:
O papel da escola
Não importa se o seu filho estuda em uma instituição privada ou pública. É lá que ele vai passar boa parte do dia, o que significa fazer pelo menos uma refeição. Por isso, é dever da escola oferecer uma merenda saudável, que exclua alimentos gordurosos, industrializados ou muito salgados e inclua opções de carboidratos, proteínas, legumes, verduras e frutas. A cantina também precisa ter opções saudáveis e incentivar seu consumo - não adianta nada a maçã ficar escondida no fundo do balcão. Se isso não acontece, você pode (e deve) conversar com a coordenação. O mesmo vale para educação física: a disciplina é componente curricular obrigatório na educação básica.
Mexa-se!
O senso comum diz e pesquisas já comprovaram que o incentivo à atividade física começa pelo exemplo dos pais. Uma dica é fazer isso de forma descontraída, como passear de bicicleta aos finais de semana ou ir andando para a escola, caso ela fique a uma distância razoável da sua casa. Se seu filho gosta de natação, por exemplo, tente encontrar uma academia onde ele possa nadar e você consiga tirar pelo menos meia hora para fazer um exercício também.
Maneire no sal
Brasileiros têm o hábito de cozinhar com muito sal. Assim, fique de olho na quantidade que você coloca no preparo da comida da sua família, o que deve começar desde a primeira papinha. Nesta, aliás, você nem precisa acrescentar sal se não quiser, basta apostar em temperos, como salsinha, manjericão e cebolinha, para realçar o sabor.
Evite industrializados e fast food
Calma, não estamos falando que você precisa banir esses alimentos da sua casa. Mas reduzir seu consumo já é um bom começo. Restringir refrigerante só para os finais de semana, fazer sucos naturais em casa sempre que possível (os de caixinha costumam ter muito açúcar), diminuir o consumo de congelados são atitudes possíveis. Pense bem: uma massa fresca demora quase o mesmo tempo para cozinhar que um macarrão instantâneo e um molho feito na hora é muito mais saudável do que aquele tempero em pó.
Disponibilize alimentos saudáveis
Ofereça mais variedades de legumes, verduras e frutas na sua casa. Deixe também esses alimentos mais atrativos: você pode montar desenhos com eles antes de servir ao seu filho. Levar a criança ao supermercado ou à feira, para que ela escolha o que mais lhe apetece, também vai deixar os alimentos muito mais interessantes.
Fonte:
Crescer Online
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/8426/visualizar/
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