Serra faz campanha baseada na boataria e na calúnia, diz Dilma

Em comício nesta segunda-feira em Ceilândia, cidade-satélite de Brasília, a candidata Dilma Rousseff (PT) fez ataques ao adversário José Serra (PSDB) ao afirmar que o Brasil não deve ser um "caranguejo" que volta para trás --em referência aos governos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Ao manter a postura de maior agressividade adotada desde ontem, no debate da Band, Dilma disse que os aliados de Serra querem acabar o Bolsa Família, o ProUni, e estão dispostos a governar somente para ricos.

"Tentaram proibir o Bolsa Família, dizendo que era Bolsa Esmola, e o que fazia era acabar com a capacidade do povo brasileiro trabalhar, sem perceber que homens e mulheres precisavam dessa oportunidade para dar o próximo passo. Eles têm a visão de um Brasil de poucos. Nós queremos Brasil de 190 milhões de brasileiros."

Dilma disse que Serra faz uma campanha agressiva, baseada em boatos para tentar desqualificá-la.

"O meu adversário faz uma campanha baseada no ódio. Faz uma campanha baseada na boataria e na calúnia, na mentira e na falsidade. E ele não acusa de frente, olho no olho. Ele não faz aquela disputa justa, leal e verdadeira. Usa de artifícios para atacar o projeto que ele sabe que é diferente do dele."

Em mais um ataque a Serra, Dilma disse que enquanto o tucano foi governador de São Paulo, recebeu professores à base de "cacetetes".

Falando para o maior colégio eleitoral de Brasília, com 600 mil habitantes em Ceilândia, Dilma pediu o voto das mulheres em especial.

"O povo brasileiro não é preconceituoso, sabe que uma mulher está preparada para governar no Brasil, graças às milhões de mulheres que saem de casa todos os dias, trabalham e criam seus filhos como empregadas, empresárias, enfermeiras, trabalhadoras. É a hora de uma mulher ser presidente do Brasil."

ATAQUES

Antes de Dilma discursar, o candidato ao governo do DF, Agnelo Queiroz, disse que os aliados de Serra querem privatizar empresas como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras.

"Não queremos o passado, o arrocho, a entrega das nossas empresas, privatizar Petrobras, BB, Caixa Econômica. Não queremos mais isso. Em 2003 para 2003, o povo deu um basta nesse projeto."

O petista disse que Serra, ao contrário de Dilma, fugiu do país durante a ditadura militar.

"Enquanto outros se exilaram, essa aqui sofreu as agruras de defender a pátria aqui no Brasil. Então, essa aqui merece o carinho e a confiança do povo do DF."

Apesar da chuva, moradores da Ceilândia lotam a "Praça da Bíblia" onde é realizado o comício de Lula, Dilma e Agnelo. Pelo menos cinco ministros participam do ato, assim como os deputados Ciro Gomes (PSB-CE) e Michel Temer (PMDB-SP) --candidato à vice-presidência da República na chapa de Dilma.