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Ex-diretor da ANP refuta declarações de Dilma sobre privatizações
O economista e ex-diretor da ANP (Agência Nacional do Petróleo) David Zylbersztajn divulgou nesta terça-feira uma nota à imprensa na qual refuta declarações feitas pela candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, no debate da Band.
Na TV, Dilma afirmou que quem trouxe à tona o tema das privatizações na semana passada foi Zylbersztajn, a quem chamou de "principal assessor energético do Serra [José Serra, candidato do PSDB]".
A candidata petista afirmou que o economista "é a favor que haja uma privatização do pré-sal, que seja passado para empresas internacionais. E isso é interessante porque mostra o quadro que hoje me dá dúvida se eles são a favor da privatização do pré-sal e da Petrobrás também".
Na nota, o ex-diretor da ANP afirma que Dilma se referiu a ele de forma "inverídica e tendenciosa, induzindo, deliberadamente, o eleitor ao erro".
Zylbersztajn diz que nunca foi assessor de Serra e afirma que Dilma "delira" quando diz que ele é a favor da privatização do pré-sal.
Leia abaixo a íntegra da nota
Durante o debate da Rede Bandeirantes, ocorrido no último domingo, dia 10, a candidata do Partido dos Trabalhadores, sra. Dilma Rousseff referiu-se a mim de forma inverídica e tendenciosa, induzindo, deliberadamente, o eleitor ao erro. A mesma afirmação tem sido repetida nos programas eleitorais.
Em primeiro lugar refere-se a mim como assessor do candidato do PSDB, José Serra. Devo esclarecer que não sou, nem nunca fui assessor do candidato.
Mais grave, afirma que declarei ser a favor da privatização do pré-sal! A candidata (ou quem a assessora) delira, talvez motivada por assombrações que lhe assomam, vendo uma privatização a cada esquina.
As declarações recentes sobre o assunto (e que encontram-se devidamente registradas em áudio e vídeo) foram dadas em seminário realizado pela Revista EXAME, no Rio de Janeiro, há cerca de uma semana.
Na qualidade de expositor, defendi a manutenção do atual sistema de concessões também para as futuras licitações, sejam elas no pré-sal, ou fora dele. As áreas do pré-sal, contém, como seria de se esperar, petróleo e gás, os mesmos existentes nas áreas fora do pré-sal.
O modelo de partilha proposto, na minha opinião, é danoso aos interesses do país, por motivos diversos, que não cabem explicar em detalhes neste momento. O pior deles refere-se à criação de uma estatal para comprar e vender petróleo. Além do mais, a proposta é danosa à Petrobras, que, queira ou não, será obrigada a participar de todos os campos do pré-sal, seja isto de seu interesse, ou não.
Por fim, nunca é demais lembrar que o exitoso modelo de concessões foi implantado a partir da Lei do Petróleo, a partir de 1999. Durante o governo FHC foram realizados 4 leilões sob este regime (num dos quais foram licitadas as áreas do pré-sal). No governo do PT foram 6. Ou seja, se este é um modelo privatizante, foi aplicado de forma bem sucedida e permanente pelo governo do qual fazia parte a candidata Dilma, inclusive na qualidade de Ministra de Minas e Energia.
Por fim, este episódio faz-me lembrar de um trecho da introdução do "Crime do Padre Amaro", de Eça de Queirós, onde para uma situação semelhante, o autor afirmava tratar-se de "má fé cínica ou obtusidade córnea". Neste caso, suponho tratar-se de ambas.
Na TV, Dilma afirmou que quem trouxe à tona o tema das privatizações na semana passada foi Zylbersztajn, a quem chamou de "principal assessor energético do Serra [José Serra, candidato do PSDB]".
A candidata petista afirmou que o economista "é a favor que haja uma privatização do pré-sal, que seja passado para empresas internacionais. E isso é interessante porque mostra o quadro que hoje me dá dúvida se eles são a favor da privatização do pré-sal e da Petrobrás também".
Na nota, o ex-diretor da ANP afirma que Dilma se referiu a ele de forma "inverídica e tendenciosa, induzindo, deliberadamente, o eleitor ao erro".
Zylbersztajn diz que nunca foi assessor de Serra e afirma que Dilma "delira" quando diz que ele é a favor da privatização do pré-sal.
Leia abaixo a íntegra da nota
Durante o debate da Rede Bandeirantes, ocorrido no último domingo, dia 10, a candidata do Partido dos Trabalhadores, sra. Dilma Rousseff referiu-se a mim de forma inverídica e tendenciosa, induzindo, deliberadamente, o eleitor ao erro. A mesma afirmação tem sido repetida nos programas eleitorais.
Em primeiro lugar refere-se a mim como assessor do candidato do PSDB, José Serra. Devo esclarecer que não sou, nem nunca fui assessor do candidato.
Mais grave, afirma que declarei ser a favor da privatização do pré-sal! A candidata (ou quem a assessora) delira, talvez motivada por assombrações que lhe assomam, vendo uma privatização a cada esquina.
As declarações recentes sobre o assunto (e que encontram-se devidamente registradas em áudio e vídeo) foram dadas em seminário realizado pela Revista EXAME, no Rio de Janeiro, há cerca de uma semana.
Na qualidade de expositor, defendi a manutenção do atual sistema de concessões também para as futuras licitações, sejam elas no pré-sal, ou fora dele. As áreas do pré-sal, contém, como seria de se esperar, petróleo e gás, os mesmos existentes nas áreas fora do pré-sal.
O modelo de partilha proposto, na minha opinião, é danoso aos interesses do país, por motivos diversos, que não cabem explicar em detalhes neste momento. O pior deles refere-se à criação de uma estatal para comprar e vender petróleo. Além do mais, a proposta é danosa à Petrobras, que, queira ou não, será obrigada a participar de todos os campos do pré-sal, seja isto de seu interesse, ou não.
Por fim, nunca é demais lembrar que o exitoso modelo de concessões foi implantado a partir da Lei do Petróleo, a partir de 1999. Durante o governo FHC foram realizados 4 leilões sob este regime (num dos quais foram licitadas as áreas do pré-sal). No governo do PT foram 6. Ou seja, se este é um modelo privatizante, foi aplicado de forma bem sucedida e permanente pelo governo do qual fazia parte a candidata Dilma, inclusive na qualidade de Ministra de Minas e Energia.
Por fim, este episódio faz-me lembrar de um trecho da introdução do "Crime do Padre Amaro", de Eça de Queirós, onde para uma situação semelhante, o autor afirmava tratar-se de "má fé cínica ou obtusidade córnea". Neste caso, suponho tratar-se de ambas.
Fonte:
Folha Online
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/84002/visualizar/
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