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Dilma revive estratégia de Lula e usa Pré-sal contra Serra
Roberto Stuckert Filho/Divulgação
Estratégia anti-privatista do marketing de Lula, em 2006, é renovada por Dilma na disputa com Serra Claudio Leal
Um dos eixos da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, a peleja das privatizações retorna numa versão 2.0 do marketing de Dilma Rousseff (PT) neste segundo turno.
A Petrobras permanece no centro da estratégia, mas com a roupagem do modelo de extração das reservas petrolíferas da camada Pré-sal. No debate com José Serra (PSDB), na Band, Dilma tentou alterar a agenda - até aqui, pautada pelos tucanos com o aborto e as questões religiosas - e reintroduziu a comparação entre os governos Lula e FHC. Assessorada pelo mesmo marqueteiro do presidente, João Santana Filho, a petista acusou Serra de querer privatizar o Pré-sal.
"Vocês financiavam grupos estrangeiros com dinheiro do BNDES. No limite da irresponsabilidade, financiavam grupos internacionais para comprar patrimônio público brasileiro", atacou Dilma, num trecho do debate repetido em seu programa eleitoral na TV.
A ideia é intensificar o discurso sobre a insegurança da gestão tucana do Pré-sal. Para sustentar a estratégia, os petistas se amparam nas recentes declarações de David Zylberstajn, ex-genro de Fernando Henrique Cardoso e assessor de Serra no setor de energia, em reportagem do jornal Valor Econômico. "O tema foi pautado por eles", esquiva-se o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, um dos coordenadores políticos de Dilma.
Ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo, Zylberstajn aconselhou a Serra que defendesse o modelo de concessões, rejeitado pelo PT. "Não há nenhuma conta que diga que esse sistema é mais vantajoso financeiramente para o governo. Eu, particularmente, acho que qualquer que seja o governo, ter uma estatal comprando e vendendo petróleo é uma janela para a corrupção. É um modelo completamente estapafúrdio", declarou.
"Não fomos nós. Quando se fala que o modelo de concessões é melhor, como defendeu Zylberstajn, assessor de Serra, isso vira uma coisa que o PSDB introduziu na campanha", argumenta o presidente do PT, José Eduardo Dutra. "O marco regulatório do Pré-sal teve um embate muito claro, durante a votação da capitalização da Petrobras e do modelo de partilha. O PSDB quis manter o modelo de concessão, privatista, para reduzir o papel do Estado", acrescenta o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Há dúvidas em relação ao efeito desse discurso sobre o eleitorado. A tendência da campanha é reduzir a complexidade do tema "Pré-sal" a palavras e metáforas mais simples, capazes de ditar o rumo do debate. "A leitura mais simplificada: o Pré-sal é a riqueza que vem do fundo do mar, o passaporte para o futuro", estabelece Rui Falcão, coordenador de comunicação.
Dilma conseguiu imprimir o tom anti-privatista no embate na Band, mas, quatro anos depois do duelo Lula x Geraldo Alckmin, os tucanos se prepararam para desconstruir a armadilha, embora evitem expor o ex-presidente FHC. "Sabe qual seria o Brasil do PT? O Brasil do orelhão. Ninguém teria celular", rebateu Serra, defendendo na TV a estatização da Telebras.
Em 2006, o marketing de Lula explorou a nebulosa existente na cabeça do brasileiro sobre o plano tucano de privatizações. Agora, os petistas tentam projetar esse temor para o futuro. "Serra vai evitar esse tema. Ele tem posição contrária à divisão dos royalties (do petróleo) entre todos os Estados. Há diferenças de posições e vamos debater", aposta o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
A Petrobras permanece no centro da estratégia, mas com a roupagem do modelo de extração das reservas petrolíferas da camada Pré-sal. No debate com José Serra (PSDB), na Band, Dilma tentou alterar a agenda - até aqui, pautada pelos tucanos com o aborto e as questões religiosas - e reintroduziu a comparação entre os governos Lula e FHC. Assessorada pelo mesmo marqueteiro do presidente, João Santana Filho, a petista acusou Serra de querer privatizar o Pré-sal.
"Vocês financiavam grupos estrangeiros com dinheiro do BNDES. No limite da irresponsabilidade, financiavam grupos internacionais para comprar patrimônio público brasileiro", atacou Dilma, num trecho do debate repetido em seu programa eleitoral na TV.
A ideia é intensificar o discurso sobre a insegurança da gestão tucana do Pré-sal. Para sustentar a estratégia, os petistas se amparam nas recentes declarações de David Zylberstajn, ex-genro de Fernando Henrique Cardoso e assessor de Serra no setor de energia, em reportagem do jornal Valor Econômico. "O tema foi pautado por eles", esquiva-se o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, um dos coordenadores políticos de Dilma.
Ex-presidente da Agência Nacional de Petróleo, Zylberstajn aconselhou a Serra que defendesse o modelo de concessões, rejeitado pelo PT. "Não há nenhuma conta que diga que esse sistema é mais vantajoso financeiramente para o governo. Eu, particularmente, acho que qualquer que seja o governo, ter uma estatal comprando e vendendo petróleo é uma janela para a corrupção. É um modelo completamente estapafúrdio", declarou.
"Não fomos nós. Quando se fala que o modelo de concessões é melhor, como defendeu Zylberstajn, assessor de Serra, isso vira uma coisa que o PSDB introduziu na campanha", argumenta o presidente do PT, José Eduardo Dutra. "O marco regulatório do Pré-sal teve um embate muito claro, durante a votação da capitalização da Petrobras e do modelo de partilha. O PSDB quis manter o modelo de concessão, privatista, para reduzir o papel do Estado", acrescenta o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Há dúvidas em relação ao efeito desse discurso sobre o eleitorado. A tendência da campanha é reduzir a complexidade do tema "Pré-sal" a palavras e metáforas mais simples, capazes de ditar o rumo do debate. "A leitura mais simplificada: o Pré-sal é a riqueza que vem do fundo do mar, o passaporte para o futuro", estabelece Rui Falcão, coordenador de comunicação.
Dilma conseguiu imprimir o tom anti-privatista no embate na Band, mas, quatro anos depois do duelo Lula x Geraldo Alckmin, os tucanos se prepararam para desconstruir a armadilha, embora evitem expor o ex-presidente FHC. "Sabe qual seria o Brasil do PT? O Brasil do orelhão. Ninguém teria celular", rebateu Serra, defendendo na TV a estatização da Telebras.
Em 2006, o marketing de Lula explorou a nebulosa existente na cabeça do brasileiro sobre o plano tucano de privatizações. Agora, os petistas tentam projetar esse temor para o futuro. "Serra vai evitar esse tema. Ele tem posição contrária à divisão dos royalties (do petróleo) entre todos os Estados. Há diferenças de posições e vamos debater", aposta o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Fonte:
Terra Magazine
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/83999/visualizar/
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