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Copa do Mundo 2014
Quarta - 13 de Outubro de 2010 às 15:20

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RAMON MONTEAGUDO
Adilton Sachetti, que deixou a Agecopa: clima insustentável
Adilton Sachetti, que deixou a Agecopa: clima insustentável
O ex-prefeito de Rondonópolis, Adilton Sachetti, renunciou ao cargo de presidente da Agecopa (Agência Estadual de Projetos da Copa de 2014). A decisão, em caráter irrevogável, foi comunicada ao governador Silval Barbosa (PMDB) ao meio-dia de hoje (13), no Palácio Paiaguás.

Silval não tentou demovê-lo da decisão, pois já acompanhava, há algum tempo, os embates que ocorriam nos bastidores da autarquia. Segundo o regimento da Agecopa, o diretor de Planejamento, Yenes Magalhães, assumirá o cargo interinamente.

Sachetti deixa o comando da agência responsável pela organização da Copa do Mundo do Pantanal, em 2014 depois de 11 meses de gestão. Uma série de fatores o levou a tomar a decisão, mas os principais foram de ordem pessoal; principalmente a dificuldade de relacionamento com alguns dos seis diretores da Agecopa.

"Foi uma decisão madura, que veio com o tempo. Refleti muito sobre a situação e julguei melhor sair. A Copa do Mundo é maior que qualquer um de nós", afirmou Sachetti, em entrevista exclusiva ao MidiaNews.

Segundo ele, a falta de diálogo e a agressividade em determinados momentos chegaram a um ponto extremo. "Desse jeito, fica difícil conviver; não tinha como continuar, pois havia questões estritamente pessoais que afloravam perante o ponto de vista técnico. Isso tornava muitas reuniões improdutivas", afirmou.

Saldo positivo

Apesar da saída prematura, Sachetti afirmou que o resultado do trabalho foi positivo. "A Copa está encaminhada e Mato Grosso é um dos estados mais avançados do país na organização do evento. Isso não aconteceu só pelo trabalho na Agecopa, mas pelo planejamento do Governo do Estado, pela gestão de recursos financeiros e pela vontade e empenho demonstrados por todos os envolvidos", afirmou. Ele assumiu a autarquia a convite do ex-governador e senador eleito Blairo Maggi (PR).   

"Tenho minhas diferenças"

Segundo Sachetti, outro fator que dificultou os encaminhamentos na Agecopa foi o sistema presidencialista, mas com decisão colegiada, em que todos os diretores têm que se posicionar em relação a todos os temas, como obras, projetos e prioridades.

"Isso não tem lógica e complica muito. O presidente é responsável por tudo o que acontece, mas não decide. As diretorias funcionam, na verdade, como se fossem secretarias autônomas", afirmou.

Aparentando bastante tranquilidade, Sachetti afirmou que não irá polemizar sobre os motivos de sua saída, ou criticar os diretores da agência. "Não quero tumulto ou polêmica. Só quero uma coisa: dar tranquilidade ao governador Silval para que tudo siga bem e a Copa seja um sucesso", afirmou.

Ele também reiterou que a maioria do primeiro escalão do governo já sabia dos problemas que vinham acontecendo. "Todos a quem devo respeito sabem exatamente o que aconteceu. Mas não vou falar mais sobre isso. Não quero prejudicar ninguém... Até porque, se os diretores estão lá, é por mérito. Todos têm defeitos, mas também têm qualidades", afirmou.

O ex-prefeito disse que não guardará rancor de ninguém do grupo. "Tenho minhas diferenças com alguns diretores, mas isso é normal. Agora, vou cuidar dos meus negócios e tocar a vida", disse.

Os diretores da Agecopa são Roberto França (Comunicação e Marketing); Yenes Magalhães (Planejamento e Gestão); Yuri Bastos Jorge (Assuntos Estratégicos); Carlos Brito (Infra-estrutura); Jefferson de Castro (Orçamento e Finança); Agripino Bonilha Filho (Articulação Interinstitucional)





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