Enfraquecido, DEM não deve fazer oposição a Silval
Com uma bancada na Assembléia Legislativa reduzida em 50% para a próxima legislatura (caiu de quatro para duas vagas), o Democratas (DEM) já emite claros sinais que não fará oposição ao futuro Governo. A tendência é de que os democratas passem a dar sustentação ao governador reeleito Silval Barbosa (PMDB), já nos primeiros dias do novo mandato.
O presidente regional do partido, Oscar Ribeiro, revelou que deu "carta branca" aos dois deputados que a legenda terá na Assembleia Legislativa, a partir de 2011: Zé Domingos (reeleito) e Dilmar Dal Bosco (eleito). Segundo ele, não haverá orientação partidária aos parlamentares. "O comportamento dos dois na Assembléia vai ser de acordo com a opinião deles", declarou.
Nas eleições passadas, o DEM foi aliado do PSDB. Os dois partidos, por sinal, quase sempre estiveram em lados opostos nas disputas regionais. Neste ano, os democratas defenderam a candidatura de Wilson Santos (PSDB) ao Governo, que acabou ficando em terceiro lugar.
Na prática, a aliança não funcionou. Os lideres do DEM, no decorrer do processo eleitoral, se mostraram quase sempre ausentes na disputa eleitoral. Entre eles, o destaque ficou por conta do senador Jaime Campos (DEM), principal líder do partido. Além disso, vários prefeitos do DEM oficializaram apoio à candidatura do governador Silval Barbosa peemedebista, preterindo o aliado tucano.
Na disputa por vagas na Assembleia Legislativa, a performance do DEM ficou abaixo da eleição de 2006. Para Oscar Ribeiro, o resultado acompanhou o desempenho da majoritária, que sofreu derrotas com Wilson ao Governo e ao Senado com Antero Paes de Barros (PSDB) e Jorge Yanai (DEM). "A implicação é direta", resumiu.
O partido deixou o grupo de situação, da gestão Blairo Maggi (PR), para embarcar em um projeto de oposição, aliando-se com o PSDB. Mesmo diante do fraco desempenho, Ribeiro disse que o resultado foi satisfatório. "É uma questão de circunstância. Se você ganha, tem chances de eleger mais; se perde, a tendência é eleger menos", analisou.
Rumos
Quanto à possibilidade de o partido dar seqüência a projetos com o PSDB em Mato Grosso, Oscar Ribeiro afirmou que o compromisso terminará com o findar do segundo turno da disputa presidencial. "Acabou a eleição, terminou o compromisso. Terminado o segundo turno, não estaremos mais com eles", declarou.
Oscar Ribeiro afirmou que o DEM fez o que foi possível. Apesar das ausências, falta de comprometimento e debandadas para outros projetos, o dirigente avaliou que houve "dedicação total" à coligação. "Não deu certo. Paciência! Vamos tocar o nosso caminho para frente", disse.
Fujões
Quando o assunto é a debandada de prefeitos do DEM para a candidatura de Silval Barbosa - o que, inclusive, foi apontado como um ato de infidelidade partidária -, Oscar amenizou a situação e garantiu que tudo será resolvido na conversa. "Vamos acabar nos acertando. Não será preciso abrir nenhuma sindicância ou processo", afirmou.
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