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Política
Sexta - 15 de Outubro de 2010 às 23:57

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Um dia após descartar neutralidade, a direção do PR no Rio de Janeiro voltou atrás e subiu no muro nesta sexta-feira (15), decidindo que permanecerá neutra no segundo turno da eleição presidencial. Segundo o PR, a neutralidade se manterá até que Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB) procurem o presidente estadual do partido, Anthony Garotinho, e se comprometam a seguir um documento com seis propostas classificadas como "fundamentais".

"Nosso apoio será dado a quem vier e tirar foto, aparecer junto, além de se comprometer com os pontos que defendemos", afirmou Garotinho, dizendo que não queria "fazer o papel da amante, com quem não querem aparecer de mãos dadas". Ele ainda afirmou ter recebido ligações do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, e do coordenador da campanha de Serra no Rio, Márcio Fortes, durante a reunião.

A lista de exigências inclui a volta ao sistema anterior de distribuição de royalties de petróleo e participação especial, privilegiando os Estados produtores, como o Rio; a não privatização de Petrobras, Eletrobras, Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal; a revogação e revisão da terceira versão do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3); a adoção de projetos sociais como restaurantes populares e clínicas para dependentes químicos; o apoio à PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 300, que equipara salários de policiais em todo o País; e a adoção de horários integrais nas escolas.

Os pontos foram elaborados e lidos na reunião do partido, em um hotel do Centro do Rio, por Fernando Peregrino, terceiro colocado na eleição para o Governo, após substituir no último dia das convenções (30 de junho) o ex-governador Garotinho, que optou por concorrer a deputado federal, elegendo-se com a maior votação do Estado (694 mil votos).

Peregrino também propôs a opção que acabou acatada pela maioria dos cerca de 300 militantes do PR, esperando que algum presidenciável se manifeste. Antes dele, o deputado estadual reeleito Altineu Cortes havia incluído a posição de neutralidade, até então desconsiderada.

Embora a direção nacional do PR tenha optado por Dilma e o diretório estadual do partido no Rio também tenha o apoiado no primeiro turno, pesou na decisão a "falta de reciprocidade", já que a petista fez campanha apenas com Sérgio Cabral (PMDB), depois de indicar que poderia ter dois palanques no Estado, ao se encontrar com Garotinho em abril.

O grande número de militantes evangélicos também pesou diante da defesa que Dilma já fez sobre a legalização do aborto e do atendimento público a quem quiser fazê-lo, mesmo afirmando o oposto no segundo turno.

Antes de os militantes se manifestarem, os políticos mostraram posições contrárias entre eles. Doutor Paulo Cesar, reeleito deputado federal, afirmou que o PR deveria manter o compromisso com o governo Lula e com a direção nacional do partido, apoiando Dilma. Em seguida, Jorge Zoinho de Oliveira, eleito deputado federal, invocou a "falta de reciprocidade" de Dilma, que não procurou Garotinho durante o primeiro turno devido à aliança com Cabral, e defendeu apoio a Serra.





Fonte: Terra

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