Lula diz que houve "falta de hombridade" nos ataques a Dilma
No primeiro comício do segundo turno de que participou em São Paulo, o presidente Lula disparou contra os adversários de sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff, e chamou de "vergonha" e "falta de hombridade" os ataques recebidos por ela.
Lula, que caracterizou como "preconceito contra a mulher" acusações contra Dilma em especial rumores sobre posições religiosas, atribuiu os ataques ao adversário dela na corrida presidencial, José Serra (PSDB).
"É uma vergonha, e eu diria que é falta de caráter e hombridade de pessoas que tentam abusar da boa fé do povo para criar terrorismo", disse Lula.
O comício começou com a presença de padres e pastores. Logo no início, um padre cantou uma música cristã. Em seguida, pastores discursaram. O padre Julio Lancelloti fez um discurso pedindo a Deus que ajudasse os eleitores a votar "com consciência". Ainda antes dos discursos políticos e da entrada de Lula e Dilma no palanque, os líderes religiosos puxaram em coro o Pai Nosso.
A contra-ofensiva religiosa, que pela primeira vez chegou a um comício, foi uma das formas que a campanha petista encontrou para combater a perda de votos da candidata no meio cristão, que é atribuído pela campanha a uma onda de boatos na internet. Ontem ela também lançou uma carta se comprometendo com reivindicações de líderes evangélicos e religiosos.
"É uma vergonha a campanha do nosso adversário em ataque à companheira Dilma Rousseff. É uma vergonha o preconceito contra mulher", disse Lula em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo.
Ao lado de Dilma, Lula falou dos ataques que sofreu, segundo ele, desde 1982, quando foi candidato em São Paulo.
"É uma vergonha o que eles estão fazendo numa campanha, mentindo e difamando, na perspectiva de que o povo acredite nas mentiras e eles possam ganhar eleições", disse. "Nós já conhecemos essa história, não é a primeira vez que nós somos atacados", disse Lula.
Fazendo um trocadilho com o nome do adversário, Lula afirmou que "Não podemos permitir que o Brasil desça serra abaixo".
"Até que, de tanto eles mentirem, o povo resolveu dizer "chega". E era contra o [José] Serra. Foi exatamente contra o teu adversário que o povo gritou "chega de mentira", afirmou o presidente.
Dilma repetiu, em discurso, a crítica à oposição de que querem "entregar as reservas do Pré-sal para empresas privadas, privatizando o Pré-sal", segundo ela. A campanha tucana nega que irá promover privatizações.
Antes de Dilma e Lula chegarem, presidentes e representantes de centrais sindicais falaram. Eles entregaram a Lula e Dilma um documento com reivindicações e de apoio à candidatura da petista.
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