A falta de chuvas aumenta o risco de redução da área de soja e impõe escolhas: quem quiser algodão ou milho, desiste do grão
Falta de chuva prejudica soja no Estado
As consequências da estiagem no Estado ainda não estão totalmente identificadas para a produção agrícola da safra 2010/2011. De acordo com o levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) desta semana, o plantio da soja foi realizado em apenas 6,7% da área destinada ao cultivo, estimada em 6,24 milhões de hectares (ha). Há um ano, neste mesmo período, 22,4% da área estava plantada, um atraso de 15 pontos percentuais em território, ou 936,19 mil (ha) a menos.
Com o atraso das chuvas, o produtor rural está receoso em iniciar o plantio e perder em produtividade caso a chuvas não se concretizem nos próximos dias. O vice-presidente do Sindicato Rural de Brasnorte (a 579 quilômetro a Noroeste da Capital), Carlos Valdir Fronha, diz que os produtores que começaram a plantar estão se arriscando e que por enquanto a preocupação quanto ao comprometimento da safrinha, que se inicia assim que a soja é colhida.
A região Noroeste do Estado é uma das mais atrasadas em Mato Grosso com apenas 1,5% dos 261,2 mil (ha) a serem plantados nesta safra. O superintendente do Imea, Otávio Celidônio, diz que a produtividade da soja não está comprometida, por enquanto, devido à estiagem, mas que uma pesquisa está em andamento para saber se ela terá impactos sobre a safrinha, principalmente de algodão. "Alguns produtores poderão deixar de plantar a soja para dar preferência ao algodão, com medo de perder o tempo do plantio com o atraso da colheita. Mas isso ainda está sendo pesquisado e mesmo que se confirme não deverá ter impacto sobre a produção final de soja". Além disso, Celidônio afirma que como os produtores estão incertos sobre a possibilidade de colheita nos meses de janeiro e fevereiro de 2011, a comercialização está atrasada. O fato pode ter influência sobre o preço da saca e mantê-lo por mais tempo em alta.
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