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Economia
Domingo - 17 de Outubro de 2010 às 09:15

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O irmão do diretor de Engenharia e Planejamento da Eletrobras, Valter Cardeal --homem forte de Dilma Rousseff (PT) no setor elétrico--, atua como consultor de empresas interessadas em investir em energia eólica, área que terá R$ 9,7 bilhões em investimentos do PAC 2.

Edgar Luiz Cardeal é dono da DGE Desenvolvimento e Gestão de Empreendimentos, criada em 2007 para elaborar projetos no setor.

O responsável pela gestão do Proinfa, programa de incentivo ao uso de energias alternativas --como a eólica-- é o irmão do empresário.

Valter Cardeal é braço-direito de Dilma no setor elétrico há 20 anos. Quando a presidenciável do PT foi secretária de Minas e Energia do RS, ele era diretor da CEEE, empresa estadual de energia.

Ele também preside o Conselho de Administração da Eletrosul, que gerencia a política energética no Sul --onde atua a empresa do irmão.

Edgar oferece a empresas projetos para erguer torres de energia eólica em fazendas cuja locação ele negocia.

Sócio de duas empresas do ramo, Ricardo Pigatto relatou à Folha ter contratado Edgar para investir em três parques eólicos no RS. "Estabelecemos um valor fixo com pagamentos mensais e, depois, uma taxa de sucesso se o negócio der certo."

Pigatto disse que firmou três contratos com Edgar, e que os pagamentos mensais eram para custear estudos que viabilizariam o projeto.

Pelo contrato, a taxa de sucesso sobre o projeto varia de 0,2% a 10% se o governo comprar a energia ou se o negócio for vendido a terceiros.

Um dos parques eólicos, em Pinheiro Machado, está orçado em R$ 1 bilhão. Para esse contrato, firmado com Edgar em maio do ano passado, o pagamento previsto é de R$ 84 mil em 23 meses.

Para dar certo, o projeto precisa passar pelo crivo da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e vencer um leilão do governo federal, que passaria a ser comprador da energia produzida.

"Dos 6 parques que nós estamos medindo [capacidade de produção de energia pelo vento], 3 foram ele [Edgar] quem nos trouxe os proprietários de terras para negociar", disse Pigatto.

"Um dia ele apareceu na empresa perguntando se eu tinha interesse em desenvolver parques eólicos. Trouxe a oportunidade e me propiciou contato com alguns proprietários de terra com os quais fiz arrendamento e estamos desenvolvendo projetos."

"ÉPOCA"

O banco KfW, controlado pelo governo alemão, entrou com ação contra a CGTEE, empresa de geração térmica subsidiária da Eletrobras.

Segundo a revista "Época", na ação o banco acusa Valter Cardeal de ter conhecimento de fraude na construção de usinas de biomassa no Sul. A Justiça Federal abriu processo sobre o caso, mas não incluiu o diretor.

  Editoria de Arte / Folhapress/Editoria de Arte / Folhapress  





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