Guilherme Maluf pertence ao opositor PSDB, mas fez campanha para Silval e pode vir a ser secretário porque o Paiaguás quer contemplar Gilmar Fabris na AL.
Maluf pode assumir Saúde do Estado; PP vai indicar Ezequiel na Educação
Partidos governistas e seus líderes já começam a fase de brigas por espaço na administração estadual. O PP de José Riva e Pedro Henry, por exemplo, chegou praticamente a um consenso para indicar o deputado eleito Ezequiel Ângelo da Fonseca com vistas a comandar a Educação, maior pasta das 23 que integram a estrutura da máquina estadual. Outro nome que pode surgir como surpresa no próximo secretariado do governador reeleito Silval Barbosa é do médico, empresário e deputado reeleito Guilherme Maluf (PSDB), mesmo se tratando de militante de uma legenda de oposição. Ele surge como opção para a Saúde.
Na campanha, Maluf ignorou a candidatura ao Paiaguás do colega de sigla Wilson Santos e se transformou em cabo eleitoral de Silval. Foi o único a garantir vaga na AL pelo PSDB. Foi secretário de Saúde de Cuiabá por um ano no primeiro mandato de Wilson Santos. Silval recebeu recado de emissários de Maluf. Adiantou que iria avaliar a possibilidade de tê-lo no primeiro escalão. Existem outras estratégias para transferir Maluf do Legislativo para o Executivo. Primeiro, neutralizaria o já combalido PSDB, levando o Paiaguás a ampliar a base aliada. Segundo, a vaga do tucano ficaria com Gilmar Fabris (DEM), que luta na Justiça para ter os votos validados. Foram 20.885, insuficientes para assegurar a reeleição de Fabris, mas deixariam-no na condição de suplente. Como ele foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa, essa votação está "congelada".
Existe um grupo, capitaneado por deputados situacionistas, que começam a pressionar o governador para "puxar" Maluf para o Executivo, com vistas a contemplar Fabris. Há um outro que prega Ezequiel na Seduc, da qual foi adjunto no período em que o secretário era Luiz Antonio Pagot. Ex-prefeito de Reserva do Cabaçal e ex-presidente da Associação Mato-Grossense dos Municípios, Ezequiel teve 26.443 votos. Foi o segundo mais votado de uma bancada de 5 do PP, só perdendo para Riva (93.594). Seu provável remanejamento para a Educação abriria vaga na Assembleia para o suplente Luizinho Magalhães, vereador por Primavera do Leste. Luizinho teve 16.558 votos. Trata-se de uma figura humilde, carismática e que conquistou a cúpula do partido, tanto que passou a fazer lobby no Paiaguás para, num jogo combinado, vir a escalá-lo no próximo time de deputados em atividade.
O PP do vice-governador eleito Chico Daltro vinha conduzindo duas secretarias, a do Desenvolvimento do Turismo, com Vanice Marques, irmã do deputado reeleito Airton Rondina, o Português, e a Ciência e Tecnologia, que estava sob o próprio Daltro e hoje tem à frente Ilma Grisoste Barbosa. Os progressistas tiveram uma conversa com o governador, no sentido de assegurar duas pastas, uma delas a Educação. Silval, por sua vez, tem dito que só vai discutir recomposição do secretariado após o segundo turno da eleição presidencial. Ele passará novembro e dezembro mantendo diálogo com os dirigentes de siglas aliadas para montagem do quebra-cabeça. Começa a receber pressão de todo lado. As mudanças só vão ocorrer efetivamente no final de dezembro, visando a posse de 1º de janeiro.
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