No palanque eleitoral, ex-procurador acusou o Governo de "roubo"; no domingo, dividiu almoço com o ex-governador
Após campanha, Maggi e Taques buscam aproximação

Eleitos em palanques opostos, os dois futuros senadores por Mato Grosso, Blairo Maggi (PR) e Pedro Taques (PDT), iniciaram um processo de aproximação, no último final de semana. Ontem, ambos almoçaram na casa de veraneio de Maggi, no Manso.

Durante a campanha eleitoral, o ex-procurador atacou duramente a gestão do ex-governador. Taques utilizou como uma das principais bandeiras ataques ao denominado "Escândalo dos Maquinários", episódio do superfaturamento de R$ 44 milhões na compra de 705 equipamentos rodoviários, que foram distribuídos para os 141 municípios de Mato Grosso, ainda na gestão de Blairo Maggi.

Taques fez um trocadilho com o programa: "MT 100% Equipado e 20% Roubado". O pedetista utilizou a expressão em entrevistas, discursos e programas eleitorais no rádio e na TV, além de debates.

Ao MidiaNews, hoje, Taques revelou que, durante o encontro de domingo com Maggi, o tema superfaturamento não fez parte do cardápio. Ele ainda amenizou a situação, ao dizer que, durante a campanha eleitoral, não fez críticas pessoais.

"O que falei na campanha está falado e não tenho como voltar atrás, nem vou voltar atrás. Eu não fiz criticas pessoais ao ex-governador Maggi. Respeito ele (sic)", declarou.

Questionado se o encontro serviu para uma aproximação entre os dois senadores eleitos, Taques descordou do uso do termo. "Não é aproximação. Eu nunca fui inimigo do Maggi", disse. E completou: "Conversamos sobre vários temas, só isso. Conversamos sobre política, sobre o Estado e como trabalhar para desenvolver Mato Grosso. Só isso".

"Nada inventado"

De seu lado, Maggi encarou as críticas de Taques, feitas no decorrer da campanha eleitoral, como "de conhecimento público". Segundo ele, nada do que o então candidatou falou "foi inventado".

"Fiquei muito desgostoso e chateado com essa situação. Também fiz minhas críticas. Afinal de contas, não foi inventado nada, pois o próprio Governo levantou isso [ superfaturamento] lá atrás e avisou às autoridades", disse o republicano.

Quanto à afirmação de Pedro Taques, de que o dinheiro pago a mais na compra dos equipamentos foi "roubado", Maggi mostrou cautela e afirmou que isso ainda está sendo investigado. "Tudo está sendo investigado. As apurações, inclusive, continuam. Vamos aguardar o final da investigação", afirmou.

Convite

Maggi disse que o convite ao pedetista para o almoço em Manso, ontem, não teve nenhum motivo especifico. Ele preferiu classificar o encontro de "atividade social", para "conhecer a família de Pedro Taques".

"Como vamos conviver lá [no Senado] durante oito anos, é racional a gente conversar um pouco, nos conhecermos. Foi um encontro estritamente social, sem qualquer preocupação política, sem nada", afirmou o ex-governador.