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Ciência
Quarta - 20 de Outubro de 2010 às 16:18

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Astrônomos utilizando um telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) afirmam ter medido a distância até a mais longínqua galáxia conhecida. Segundo os cientistas, as imagens que chegam a nós mostram a galáxia a apenas 600 milhões de anos após o Big Bang, ou seja, a uma distância de 13,1 bilhões de anos-luz. O estudo foi apresentado na revista especializada Nature.

Utilizando o Telescópio Muito Grande (VLT, na sigla em inglês) do ESO, confirmamos que uma galáxia descoberta anteriormente com o Hubble é o objeto mais distante identificado até agora no universo, diz Matt Lehnert (Observatoire de Paris), autor principal do artigo que apresenta os resultados, em comunicado divulgado pelo ESO. O poder do VLT e do espectrógrafo Sinfoni permitiu-nos medir efetivamente a distância a esta galáxia muito tênue e descobrimos que, na realidade, estamos a observá-la quando o universo tinha menos de 600 milhões de anos.

Segundo o ESO, é extremamente difícil o estudo das chamadas galáxias primordiais, já que, além de fraca, sua luz tem o comprimento de onda esticado devido à expansão do universo e chega na Terra na região do infravermelho (esse efeito é conhecido como desvio para o vermelho). Outro fator complicador é que nos primórdios, principalmente no primeiro bilhão de anos, o universo não era totalmente invisível, estando cheio de nuvens de hidrogênio que absorviam a intensa radiação ultravioleta das galáxias jovens (momento chamado de Era da Reionização).

Em 2009, o telescópio Hubble registrou diversos objetos candidatos a galáxias da Era da Reionização. A distância desses objetos é descoberta com o uso de espectrômetros de grandes telescópios, que medem o desvio para o vermelho da radiação.

A galáxia UDFy-38135539 foi então observadas durante 16 horas e o fraco brilho do hidrogênio foi confirmado como tendo um desvio para o vermelho de 8,6, o que confirmava a galáxia como o objeto mais distante já registrado.

Medir o desvio para o vermelho da galáxia mais distante é bastante importante por si só, mas as implicações astrofísicas desta detecção são ainda mais importantes. Esta é a primeira vez que sabemos com toda a certeza que estamos a observar uma das galáxias que dissipou o nevoeiro que enchia o universo primordial", diz Nicole Nesvadba (Institut d Astrophysique Spatiale), coautora do estudo.
Segundo o também coautor Jean-Gabriel Cuby (Laboratoire d Astrophysique de Marseille), estudar a era da reionização e da formação de galáxias é levar ao extremo as capacidades dos atuais telescópios e instrumentos".





Fonte: Terra

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