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Política
Sábado - 23 de Outubro de 2010 às 10:24
Por: Sissy Cambuim

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É delicada a situação política e jurídica do prefeito de Várzea Grande, Murilo Domingos (PR). Por mais que ele se esforce, seu conceito como gestor cai em descrédito cada vez mais. Para piorar, carrega sobre os ombros seis processos por improbidade administrativa. Apesar disso, Murilo, orientado pelo irmão-empresário-sócio Toninho Domingos, não demonstra tanta preocupação com as acusações, nem tampouco com a pressão da comunidade, que começa a dar sinais de arrependimento por ter garantido ao gestor seu segundo mandato. Menos de dois anos após a reeleição, o prefeito acumula contra ele pedido de afastamento feito pelo Ministério Público, condenação à perda de direitos políticos e agora é peça principal de um embate direto entre a Câmara Municipal e a sociedade, que cobra providências. Querem o impeachment do republicano.

   Fernando Ordakowski

Prefeito Murilo Domingos, guiado pelo irmão Toninho, enfrenta gestão tumultuada no 2º maior município do Estado 



Murilo é acusado de ter conduzido um processo licitatório para aquisição de carteiras escolares de R$ 59,6 mil, mas que nunca chegaram às escolas. Foi denunciado por ter contratado uma empresa fantasma para fornecimento de alimentos para merenda escolar. Além disso, firmou um contrato de R$ 800 mil com uma locadora de automóveis sem licitação e supostamente utilizou os serviços de empresa especializada na produção de pães para fornecimento de equipamentos escolares. Também foi acionado por deficiências no sistema de controle patrimonial e pelo desaparecimento de 665 caixas de Citocaína (Citanest) em 2007, cujos prejuízos ao erário foram estimados em R$ 18,3 mil.

Em agosto deste ano, chegou a ser condenado por improbidade pelo juiz Gonçalo Antunes de Barros, da 1ª Vara Especializada da Fazenda Pública. O magistrado não só determinou a saída do republicano do cargo como decretou a perda dos direitos políticos por oito anos. O processo referia-se ao favorecimento da Casa Domingos, da qual é sócio juntamente com o irmão e ex-secretário de Fazenda Toninho Domingos, por meio de contrato com empresas supostamente fantasmas. Enquanto recorre, Murilo permanece no cargo.

No episódio mais recente, o ex-procurador do Município, Antonio Carlos Kersting Roque, o ex-secretário de Governo de Várzea Grande, Garcez Toledo Pizza e Alam Amaral Santos protocolaram junto ao Legislativo uma denúncia contra o prefeito. Os vereadores, porém, se recusaram a fazer a leitura do documento, alegando falta do número do titulo de eleitor de um dos denunciantes. Tão logo o erro foi corrigido, a população se mobilizou para marcar presença na Câmara, chegando a distribuir panfletos, pedindo postura dos parlamentares. Os ânimos foram exaltados e Toninho chegou a dar um soco no ex-secretário municipal de Esportes, Edilson Baracat. Depois da confusão, a denúncia foi arquivada.

Nem mesmo a atuação da Justiça Eleitoral, que somente neste ano determinou as eleições suplementares em seis municípios do Estado, parece preocupar Murilo. Problemas cotidianos da administração pública e fundamentais para o cidadão, como o abastecimento de água, após a troca da empresa responsável, continuam sem solução enquanto as denúncias de improbidade aumentam. Mesmo aos trancos, a gestão Murilo prossegue até dezembro de 2012.





Fonte: RD News

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