“É muito importante as pessoas se darem conta da importância que tem essa eleição para o futuro do Brasil e adiarem um pouquinho a curtição do feriado. Em vez de viajar na sexta, viajem no domingo de manhã, depois de votar”, pediu o candidato do PSDB. Durante os discursos, Serra e outros tucanos falaram sobre pesquisas eleitorais e citaram exemplos em que elas não refletiram com precisão o resultado das urnas.
Serra voltou a citar a agressão que sofreu durante um evento no Rio de Janeiro e disse não ser a primeira vez que vive momentos de tensão durante a campanha. “É um episódio a mais, porque episódios de violência têm ocorrido vários. O pior na questão do Rio de Janeiro foi a organização, porque estávamos fazendo uma passeata na rua e eles estavam organizados aguardando para não deixar passar. Isso que gera violência”, afirmou.
Pouco depois do governador eleito Geraldo Alckmin discursar, um jovem subiu ao palco e começou a gritar. Ele foi retirado por seguranças e disse que estava protestando porque “não recebia aumento salarial desde 1994”. O jovem se identificou como Nathan, de 21 anos, e afirmou trabalhar como secretário de uma escola estadual. Ele disse que um processo de promoção por mérito criado para os professores não beneficia outros funcionários. Alckmin minimizou o episódio. “Somos favoráveis à liberdade absoluta. Eu nem vi, mas não vejo nenhum problema [no protesto]”, disse. Serra criticou o fato. “Imagine entrar um petista no meio de uma reunião para agitar. É à procura de encrenca.”
Em relação a propostas de governo, Serra citou três projetos para a área social: elevar o salário mínimo a R$ 600, reajustar as aposentadorias em 10% e instituir o 13º pagamento do Bolsa-Família. O candidato afirmou que é possível compatibilizar esses aumentos com o Orçamento. “Isso é factível do ponto de vista orçamentário. Nós estudamos e tomamos a decisão desse anúncio com responsabilidade”, disse.
Críticas
Serra disse durante o discurso que teme que os escândalos se banalizem. “Os escândalos agora já são dois ou três por dia. É realmente incrível”, afirmou, em relação a seus opositores nas urnas. Ele disse que ainda não havia lido denúncias publicadas neste fim de semana pela revista “Veja”. “Não me surpreenderia, mas eu ainda não vi a matéria, por isso prefiro não comentar, mas o uso da máquina do governo para atacar adversários com espionagem é comum, habitual neste governo”, afirmou.
Segundo reportagem publicada pela revista "Veja", o secretário nacional de Segurança Pública, Pedro Abramovay, teria reclamado de supostos pedidos para a produção de dossiês feitos pelo chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, e pela candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, quando ela ainda era ministra-chefe da Casa Civil.
De acordo com a reportagem, em uma conversa gravada com o ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Jr., Abramovay teria dito a seguinte frase: "Não aguento mais receber pedidos da Dilma e do Gilberto Carvalho pra fazer dossiês (...) eu quase fui preso como um dos aloprados". A revista não informou quem fez as gravações, mas afirma que os registros foram "gravados legalmente e periciados".
Por meio da assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, Gilberto Carvalho afirmou que "jamais pediu qualquer coisa ao senhor Pedro Abramovay". Dilma Rousseff também negou que tenha pedido a elaboração de dossiês.
Comentários