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Internacional
Domingo - 24 de Outubro de 2010 às 12:23

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Militares americanos mataram 680 civis iraquianos inocentes, sendo 30 crianças, em postos de controle no país árabe, segundo informações contidas em documentos secretos divulgados pelo site WikiLeaks na sexta-feira (22).

Policial iraquiano aborda carro civil em posto de controle de Bagdá
Policial iraquiano aborda carro civil em posto de controle de Bagdá (Foto: Reuters)



Os militares, que tinham recebido ordens de disparar contra todo veículo que não parasse nesses controles, mataram quase seis vezes mais civis do que insurgentes.

Segundo os sobreviventes de alguns desses incidentes, as tropas americanas abriram muitas vezes fogo sem aviso prévio.

Em 14 de junho de 2005, marines americanos dispararam contra um veículo no qual viajavam 11 civis que não parou em um controle de Ramadi ao oeste de Bagdá. Nesse incidente morreram sete pessoas, incluindo duas crianças.

As forças da coalizão que invadiram o Iraque foram também acusadas de excessos nos ataques com helicópteros.

Reação global
O relator especial da ONU sobre a tortura, Manfred Nowak, e a Anistia Internacional pediram no sábado (23) que os Estados Unidos investiguem os casos de tortura apresentados nos documentos de militares divulgados na sexta-feira (22) pelo site Wikileaks.

"O governo Obama tem a obrigação, quando há sérias acusações de tortura contra qualquer funcionário dos EUA, de investigar e tomar as atitudes necessárias... Eles devem ser processados", disse Nowak à rádio BBC.

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou neste sábado em Londres que os 400 mil documentos secretos das forças americanas divulgados por seu site mostram a "verdade" sobre a guerra do Iraque. "Esta divulgação é sobre a verdade", disse Assange, que também é redator-chefe da página especializada em vazar documentos de inteligência, em uma coletiva de imprensa realizada em um hotel de Londres.

"O ataque à verdade sobre a guerra começa muito antes de seu início e continua muito tempo depois de seu fim", acrescentou. "Esperamos corrigir parte deste ataque à verdade que ocorreu antes da guerra, durante a guerra e que continuou desde que a mesma terminou oficialmente", disse o australiano nascido em 1971.

O site já havia divulgado em julho os primeiros 77 mil documentos sobre a guerra do Afeganistão. Estes informes, que revelavam detalhes sobre vítimas civis e supostos vínculos entre o Paquistão e os insurgentes talibãs, provocaram uma tempestade midiática e enfureceram os Estados Unidos.

Apesar dos protestos dos EUA e da Otan, o WikiLeaks divulgou nesta sexta-feira à noite cerca de 400 mil documentos secretos do Exército americano, desta vez sobre a guerra do Iraque, que revelam que a coalizão internacional torturou presos e fez vista grossa ante abusos das forças iraquianas.

Segundo o WikiLeaks, esta divulgação constitui "o maior vazamento da história do Exército americano". Os documentos militares secretos em posse do WikiLeaks contemplam o período de 1 de janeiro de 2004 a 31 de dezembro de 2009.






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