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Domingo - 22 de Setembro de 2013 às 15:38

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Pedro Alves/MidiaNews
 Nenhuma das pessoas envolvidas nos dois ataques com "coquetel molotov" contra a Câmara Municipal de Cuiabá, nos meses de maio e setembro, foram identificadas pela Polícia Civil. 
 
Além desses dois atos de vandalismo, o Legislativo também foi alvo de assalto a um caixa eletrônico, no seu espaço físico.
 
Os bandidos que tentaram assaltar o caixa eletrônico, da agência Santander, no mês passado, também não foram presos. 
 
Somente no último atentado contra o Parlamento Municipal, no dia 10 de setembro, o prejuízo causado foi de R$ 7,5 mil. O  gabinete do vereador Domingos Sávio (PMDB) foi destruído. 
 
Os inquéritos instaurados pela Polícia Civil ainda não foram concluídos. São poucas as informações e, vagas, dificilmente levarão à prisão dos arruaceiros.
 
No primeiro ataque na  Câmara Municipal, no dia 13 de maio, as bombas caseiras (coquetel molotov) foram atiradas contra as vidraças do prédio, mas não chegaram a ser detonadas. Os estragos se restringiram as janelas e quadros.
 
Por meio da assessoria da Polícia Civil, o delegado responsável pelo caso, Fábio Becardi, informou que dois vereadores foram ouvidos e atribuíram o caso a vandalismo. 
 
O presidente da Câmara Municipal, João Emanuel (PSD), foi procurado duas vezes para ser ouvido, mas sequer deu retorno para que fosse marcada uma entrevista.
 
O curso da investigação acaba se complicando devido a falta de imagens.  
 
Tanto na  Câmara Municipal como nas redondezas não existem câmeras que possam contribuir para identificar os autores do crime. 
 
Os seguranças não identificaram ninguém. Também não há qualquer denúncia, ainda que anônima, para ajudar nestes casos.
 
No dia 10 de setembro, um outro artefato explosivo foi jogado por três homens, queimando parte da frente do prédio. 
 
O vigia Gilmar Rodrigues Nunes usou um extintor de incêndio e impediu que as chamas se alastrassem. 
 
O delegado Romildo Grota ainda investiga o caso e. na quinta-feira (19), esteve na Câmara Municipal.
 
Foi ouvido, nesta data, o secretário-geral do Parlamento, Aparecido Alves, e na segunda-feira (23) deverão ouvir um dos seguranças. O caso ainda está em aberto. 
 
Caixa eletrônico
 
No dia 4 de agosto, cinco homens invadiram o prédio da Câmara, renderam os vigias e cortaram os caixas eletrônicos do local, usando o chamado "kit arrombamento" (maçarico, cilindro de oxigênio e alavanca). 
 
Para azar dos ladrões, os caixas estavam vazios e nada foi roubado. 
 
O caso está sendo investigado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) da Polícia Civil. 
 
Porém, em casos de estouros a caixas eletrônicos, as investigações são por bandos e não por ações isoladas. 
 
Segurança frágil e novas ações
 
O secretário-geral da Câmara Municipal de Cuiabá, Aparecido Alves, disse que dois guardas cuidam do prédio do Legislativo. “Mesmo se colocarmos 10 vigias, não seria suficiente. A bandidagem está em todos os lugares”, explicou. 
 
Ele disse estar confiante na identificação dos vândalos que jogaram o coquetel molotov no dia 10. 
 
Alves avaliou que o delegado responsável pelo caso está empenhado em encontrar o autores do crime.
 
Questionado sobre os motivos pelos quais os vândalos escolheram a Câmara como alvo, Aparecido disse que talvez isso se deva pelo "período conturbado" vivido pelo Parlamento. “É uma revolta de forma equivocada”, observou. 
 
Covardia
 
Na avaliação do analista político João Edisom de Souza, se a Polícia não identificar os autores desses atos e não descobrir os motivos por trás deles, pode favorecer novas ações de vandalismo.
 
“À medida que eles agem e não há punição, outras pessoas são motivadas a fazer o mesmo. São atos covardes, praticados às escuras”, disse Souza.
 
O analista destacou ainda que a identificação é primordial para saber quem esta por trás desses atos, que pode ter partido internamente, da própria Câmara, ou de fontes externas.
 
“Essas ações têm dois braços: um do lado de fora; outro, do lado de dentro. Pode ser para queimar provas, desviar o foco ou fazer um auê, e a imprensa vai para um lado. São tentativas internas de pautar a imprensa. Por isso, a investigação é fundamental para dizer se foi fulano de tal com determinada motivação. É uma ação de vândalos, é uma ação covarde, mas também é uma ação política”, acrescentou. 
 
Os escândalos e as brigas internas têm causado indignação no cidadão comum, contudo, para o analista político, não é ele quem vai cometer o vandalismo. “Essa pessoa abomina o Parlamento, o cidadão que faz isso é de grupos com algum tipo de interesse”, afirmou. 
 
A questão geográfica da Câmara Municipal também é um dos motivos que favorecem a impunidade, segundo Souza . 
 
“A Assembleia Legislativa e o Palácio Paiaguás estão em um setor político administrativo com uma maior capacidade de segurança. O deputado é pulverizado, tanto que o presidente da AL é de Alta Floresta. O vereador não, ele está presente nos bairros. Isso explica porque Juscelino (Kubitschek) tirou a capital do Rio de Janeiro, afastando os protestos em frente ao Catete e construiu Brasília”, explicou. 
 
"O Palácio Alencastro [sede da Prefeitura] é integrado à cidade, mas é mais fácil atribuir atos de vandalismo configurando-os a favor ou contra o prefeito. Já a Câmara tem 25 vereadores e se torna mais difícil saber de onde veio o ataque", completou João Edisom de Souza.





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