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Terça - 26 de Outubro de 2010 às 14:49

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Everett Kennedy Brown-12.dez.2006/Efe
O técnico Abel Braga comanda treino do Inter, antes da conquista do Mundial de Clubes da Fifa, em 2006
O técnico Abel Braga comanda treino do Inter, antes da conquista do Mundial de Clubes da Fifa, em 2006

Contra o seu desejo, Abel Braga disse não ao Santos.

À Folha.com, o técnico classificou a proposta santista como sensacional, mas, nesta segunda-feira, quando foi anunciar que deixaria o Al Jazira, dos Emirados Árabes, ouviu que sua saída magoaria os dirigentes do clube. Agora, a equipe paulista segue negociando com outros dois treinadores.

"Ontem, me reuni com um comitê e perguntei se eles ficariam chateados com minha saída. E o presidente disse que ficaria magoado. Então peguei o telefone e liguei [para o Santos] dizendo, com muita clareza, que era impossível eu sair. É minha conduta", conta Abel, por telefone, à Folha.com.

"Se eu quisesse, eu sairia e não seria cogitada multa alguma. Não haveria nada. Quero voltar [para o Brasil]. Não era só pelo Santos, era pela minha família", revela.

Aos 58 anos, o treinador campeão mundial com o Internacional já estava certo da sua decisão, até ouvir o presidente Mohammed Thany pedir por sua permanência. O problema não era a multa rescisória ou o contrato que vai até maio, mas a gratidão de Abel com os árabes.

"Lamento muito. Quem sai perdendo sou eu, porque o projeto [do Santos] é sensacional. A maneira como [os santistas] trataram comigo resgatou a credibilidade que tenho no futebol brasileiro", disse Abel que falou uma vez com o presidente Luiz Álvaro de Oliveira Ribeiro e seguiu a negociação, por um mês, com outros dirigentes do clube praiano.

Abel confiava no projeto que, diz ele, envolvia a permanência do elenco atual e a contratação de mais dois ou três jogadores "que qualquer técnico gostaria de ter". Esses reforços podem vir da Europa ou do Brasil, contou.

"O projeto vai dar certo. Mas eles precisam de um técnico que comece o trabalho logo, no máximo no começo do ano. Por isso eu disse que daria a resposta até dia 27, 28", explica.

O tal projeto é a conquista do terceiro título santista na Libertadores e no Mundial. "Já são o melhor time do Brasil, e vão ganhar ainda mais peso", diz Abel, conhecedor dos nomes que a equipe da Vila Belmiro já sonda para 2011. O Santos também já mantém contato com outros técnicos para assumir o comando da equipe.

O respeito pelos árabes, porém, pesou. Segundo Abel, até médicos da família real foram disponibilizados quando seu sogro teve um princípio de infarto, nos Emirados.

A idolatria pelo trabalho de Abel nestes dois anos e meio, entretanto, não o fará estender o contrato. "Tenho gratidão por eles, aqui. Mas, em maio, deu. Não fico nem mais um dia", revela o treinador.

A saudade da família é o principal fator. Os três filhos e a mulher vivem no Rio de Janeiro, mas vão visitá-lo com frequência. A mulher, inclusive, está lá no momento. "Ela achou que eu ia voltar com ela para o Brasil já nesta semana. Mas não deu. Eu que saio perdendo disso tudo", reforça o treinador.

Abel conta que teve várias propostas para voltar ao Brasil. Sem revelar os clubes interessados, diz que foi sondado por "todos grandes que trocaram de técnico" nos últimos meses. "Mas não vou revelar para meu nome sair no jornal. Só falei do Santos porque o presidente falou primeiro. Pena que as propostas sempre aparecem na hora que não posso sair", lamenta, novamente.






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