Dirigentes tucanos mostram resignação com iminente triunfo de Dilma
Na cúpula do PSDB, o clima é de resignação. Em conversas, tucanos ligados ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, já reconhecem a iminência da derrota.
Esperançosos até ontem --por conta de pesquisas internas que minimizavam a vantagem de Dilma Rousseff sobre Serra--, dirigentes tucanos mostravam seu abatimento após a divulgação do último Datafolha e durante a votação deste domingo.
No tucanato, a expectativa era de que Serra obtivesse no Sudeste vantagem suficiente para minimizar a liderança de Dilma no Nordeste. Hoje, porém, a avaliação é de que sua votação em São Paulo não basta para equilibrar a tendência no Nordeste e que a petista deverá vencer em Minas, apesar das promessas do senador eleito Aécio Neves (PSDB) de virada no Estado.
Segundo um colaborador de Serra, o candidato manteve o otimismo até o fim, mas "não se pode brigar contra a realidade".
De acordo com pesquisa Datafolha, Dilma chega ao dia da eleição com 55% dos votos válidos e está dez pontos à frente de José Serra (PSDB). A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais.
O Datafolha entrevistou 6.554 pessoas neste sábado, um número maior do que o de outras sondagens recentes. A pesquisa foi encomendada pela Folha e pela Rede Globo e está registrada no TSE sob o número 37903/2010.
VOTO
Serra votou por volta das 11h30 no Colégio Santa Cruz, em Pinheiros (zona oeste de São Paulo).
Segundo o tucano, o povo vota, escolhe e decide. "O que vamos fazer agora é aguardar essa decisão. Se motivação houve para essa batalha desigual, o elemento fundamental é a confiança que eu sentia nas ruas, no abraço das pessoas."
Ele disse torcer para que hoje, além da "beleza da democracia", haja também a "beleza da alternância do poder".
Na saída, um manifestante, estudante de ciências sociais, mostrava um cartaz com os dizeres: "Serra, o papa é contra a camisinha no combate à Aids?"
Serra votou acompanhado de sua mulher, Mônica, e de seus companheiros de coligação: o governador eleito, Geraldo Alckmin (PSDB), o atual governador Alberto Goldman (PSDB), o prefeito da Capital, Gilberto Kassab (DEM), e o senador eleito por São Paulo Aloysio Nunes (PSDB).
Depois de confirmar seu voto, ele posou para fotos acompanhado dos netos --Antonio e Gabriela--, fazendo com as mãos o gesto que simboliza a vitória.
No primeiro turno, o candidato votou no começo da tarde e estava acompanhado de seu vice, Indio da Costa (DEM-RJ).
DILMA
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, votou por volta das 9h15 em uma escola no centro da cidade.
Ao discursar para os correligionários, no hotel Plaza São Raphael, Dilma lembrou que ontem esteve em Minas, onde nasceu, e que hoje foi ao Estado onde fez sua trajetória política. "É como se eu fizesse a trajetória política da minha vida. Aqui fui recebida quando saí das prisões da ditadura".
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