O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer evitar ser sombra da candidata Dilma Rousseff (PT), eleita neste domingo para a Presidência da República.
"Ele faz questão disso, não quer ser sombra. Quer ser um apoio discreto, não vai haver coabitação no governo. Ela é a presidente e ponto", disse neste domingo a jornalistas o chefe de gabinete Gilberto Carvalho, um dos auxiliares mais próximos de Lula.
O presidente, que deixa o cargo no final do ano e foi o avalista da candidatura Dilma, só vai "falar para ela, a futura presidente, aquilo que ela perguntar a ele, ele não vai tentar interferir", segundo Carvalho.
Depois de votar em Porto Alegre, Dilma viajou a Brasília e se reuniu na casa em que reside com autoridades e integrantes da campanha.
Ela fará um pronunciamento à imprensa nesta noite em um hotel de Brasília e em seguida participa de festa de militantes na Esplanada dos Ministérios em comemoração conjunta com a vitória de Agnelo Queiroz, eleito governador do Distrito Federal também neste domingo.
O presidente Lula não deve participar da festa popular, mas vai se reunir com Dilma e governadores no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, após a comemoração.
"Ele não quis vir para cá (hotel) e não vai para a Esplanada porque a festa é dela," acrescentou Gilberto Carvalho. "Lula não que ofuscar Dilma."
Lula estuda levar Dilma à reunião do G20 em novembro na Coréia do Sul com o objetivo de apresentá-la à comunidade internacional.
Perguntado se aceitaria ficar no cargo, Gilberto Carvalho afirmou que se Dilma convidar, "claro".
(Reportagem de Carmen Munari)
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