Setor agrícola defende investimento em logística para substituir transporte rodoviário
O futuro governo de Dilma Rousseff terá de equacionar um grave problema para garantir o dinamismo do setor agrícola nacional. "É a logística", afirmou hoje à Agência Brasil o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Joel Naegele. "Isso importa em substituir o transporte rodoviário, que é o mais caro, por transporte ferroviário, fluvial e marítimo. Esse é o grande problema".
Segundo o executivo, a produção agrícola brasileira é mais competitiva que a dos Estados Unidos ou da Argentina. Observou, contudo, que na hora em que o produto sai da porteira da fazenda, o produtor começa a perder. O transporte é feito por caminhão, as estradas são ruins e o produto demora a chegar ao destino. "Ele perde tudo que ganhou produzindo bem quando põe o produto na estrada. O grande gargalo da agricultura é logística de transporte".
Naegele citou a Ferrovia Norte-Sul, com extensão total de cerca de 6 mil quilômetros, cuja obra começou em 1987 e ainda não foi concluída. "Vai passar por estados altamente produtores, como Goiás e Tocantins, e o fim dessa ferrovia é o porto. Então, você começa a resolver o problema. Vai dar muito mais lucro, sem precisar aumentar preço. O produtor vai ganhar no transporte, porque o transporte rodoviário está matando a galinha dos ovos de ouro, que é a produção agrícola brasileira", disse Naegele.
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