Jesuíta de 65 anos, hoje aposentado, foi agredido diante de várias testemunhas em asilo na Califórnia.
Americano é acusado de espancar padre 35 anos após suposto abuso
O americano William Lynch. (Foto: AP)Um americano que diz ter sido estuprado por um padre jesuíta 35 anos atrás foi preso acusado de espancar o clérigo, hoje aposentado, na Califórnia.
William Lynch, de 44 anos, teria ido até o asilo onde vive e trabalhava o reverendo Jerold Lindner, de 65 anos, e batido nele violentamente na frente de diversas testemunhas em maio deste ano, mas só recentemente ele teria sido identificado como o possível autor da agressão.
Lynch diz que ele e seu irmão mais novo sofreram o abuso sexual em um acampamento nos anos 1970, quando tinham sete e cinco anos de idade.
O reverendo Lindner, que também foi acusado de ter abusado sexualmente de cerca uma dúzia de outras pessoas, incluindo seus sobrinhos e sobrinhas, nega as acusações e nunca chegou a ser julgado pelos supostos crimes.
Em 1998, Lynch e seu irmão chegaram a um acordo com os Jesuítas da Província da Califórnia, uma ordem religiosa católica, e receberam US$ 625 mil de compensação, o equivalente a mais de R$ 1 milhão. Lindner foi afastado de suas funções e passou a cuidar de clérigos inválidos e aposentados em um asilo quase dez anos atrás.
O advogado de defesa de Lynch, Pat Harris, diz que seu cliente vai se declarar inocente da acusação de espancamento. Ele foi libertado após pagar fiança de US$ 25 mil.
Não se sabe onde está o reverendo Lindner e qual é sua situação de saúde.
Abuso
William Lynch e seu irmão dizem ter sido estuprados pelo reverendo Lindner durante um acampamento de fim de semana nas Montanhas de Santa Cruz, ao sul da cidade californiana de San Francisco, em 1975.
Depois, os meninos teriam sido forçados a fazer sexo oral um no outro, enquanto o clérigo assistia.
Em uma entrevista ao jornal "Los Angeles Times", em 2002, Lynch disse que o episódio fez com que ele tivesse pesadelos por anos, além de enfrentar depressão e alcoolismo. Ele também teria tentado se suicidar duas vezes por causa do abuso.
"Muitas vezes pensei em dirigir até Los Angeles para confrontar o padre Jerry (Jerold Lindner). Eu queria exorcizar todo o ódio, a raiva e a amargura que ele colocou em mim", disse Lynch ao jornal.
"É impossível colocar em palavras o que esse cara fez comigo. Ele roubou minha inocência e destruiu minha vida."
Família distante
A maior parte da família do clérigo teria cortado relações com ele anos atrás após descobrir que ele teria molestado suas sobrinhas e seus sobrinhos a partir dos três anos de idade.
Kathy McEntire, irmã de Lindner, disse à agência de notícias Associated Press que ele a molestou desde quando ela tinha cinco anos de idade e que, mais tarde, ela descobriu que ele também havia abusado de seu filho por anos.
Larry Lindner, outro irmão do religioso, disse à AP ter visto seu irmão molestando sua filha de 8 anos, mais de 20 anos atrás.
"O último contato que tive com ele pessoalmente foi no dia em que o peguei com minha filha e eu disse que era melhor ele entrar no carro e ir embora", disse Larry, que é policial aposentado.
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