Dal Bosco: Zoneamento não atendeu à pressão política
O deputado estadual Dilceu Dal’Bosco (DEM), que preside a comissão especial do Zoneamento Sócio Ecológico e Econômico (ZSEE) de Mato Grosso, na Assembléia Legislativa, disse ao Olhar Direto que, diferente do que acusam ambientalistas, o texto com 31 emendas modificativas aprovado em segunda votação, não foi elaborado sob pressão política.
"Tudo o que foi feito de alterações e ajustes, aconteceu em cima de embasamento técnico e cientifico e atende a vontade popular nas audiências públicas realizadas ano passado por todo o Estado. O zoneamento, hoje, contempla a realidade atual e futura de Mato Grosso, de forma sustentável", comentou o parlamentar.
Organizações Não Governamentais (ONGs) e ambientalistas estão se mobilizando contra o ZSEE, alegando que ele sofreu modificações sem embasamento científico. Apontam que houve redução de 73% de áreas protegidas que estavam previstas no projeto original. Havia, por exemplo, proposta de criação de parque ambiental estadual, como o “Parque das Castanheiras”, entre Sinop e Cláudia, onde hoje há atividade agrícola.
No projeto anterior também havia a previsão de 70 áreas indígenas e, depois da realização das audiências, constatou-se que 14 eram desnecessárias, pois em tais terras não havia índios. Nas audiências também foi proposto por entidades representativas, o aumento da área consolidada para agronegócio, que foi contemplada com aumento territorial de 67%.
Dal’Bosco disse que, mesmo assim, o setor produtivo não ficou de todo satisfeito. “Os produtores esperavam que avançássemos mais, porém as 31 emendas feitas foram embasadas em dados científicos, e não por pressão política”.
O deputado também argumentou que alguns ambientalistas criticam sem conhecer a realidade de Mato Grosso. “Alguns deles nem conhecem o interior de Mato Grosso. Outros não aceitam o ponto de vista do outro lado e há até extremistas, isso dos dois lados”, disse o democrata.
Agora, o projeto está em fase de redação final e deve ser concluído em até dez dias, quando será levado novamente ao plenário para apreciação final, sem poder sofrer mais emendas. Depois, o ZSEE vai para sanção do governador Silval Barbosa (PMDB). Este pode sancionar, vetar ou, vetar e sancionar parcialmente.
Em seguida, caso sancionado, o zoneamento vai para análise do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama – para entrar em vigor em Mato Grosso.
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