Força Sindical defende antecipação do aumento do salário mínimo
A Força Sindical defendeu nesta quarta-feira a mudança do cálculo para o reajuste do salário mínimo de 2011.
Em nota, a entidade sinalizou que deverá concordar com a proposta da presidente eleita Dilma Rousseff para mudar o cálculo para o ano que vem por conta do PIB (Produto Interno Bruto) negativo de 2009.
Segundo a Força, amanhã começa a negociação entre as centrais sindicais e o relator do Orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF).
Em acordo firmado em 2006, ficou estabelecido que o salário mínimo deve ser reajustado somando a inflação do ano anterior e o PIB de dois anos antes. O acordo deveria valer até 2023.
No entanto, com o PIB negativo do ano passado, o reajuste seria 5,5% refere à estimativa da inflação deste ano --de R$ 510 a R$ 538,15.
Em 2012, o aumento real, além da inflação, superaria 7%, previsão do crescimento da economia em 2010. Como a central quer antecipar o PIB deste ano, o reajuste seria em torno de R$ 12%.
"É importante destacar que o Brasil, após as incertezas econômicas de 2009, que resultaram num PIB negativo, teve uma forte recuperação em 2010. Desta forma, a Força Sindical pleiteia uma forma de reavaliação levando-se em conta o cenário de crescimento previsto para o ano de 2010, com expectativa de um PIB de 7%", diz nota assinada pelo presidente da Força Sindical, deputado Paulinho da Força (PDT-SP).
"Destacamos que um bom reajuste terá um impacto positivo na renda de 45 milhões de trabalhadores e aposentados que recebem o piso nacional", completa a entidade.
Na entrevista conjunta que deram na manhã desta quarta-feira, o presidente Lula sinalizou que deixará a decisão sobre o reajuste do mínimo nas mãos da sucessora.
Segundo o presidente, se quiser, ela pode antecipar o reajuste que só estava previsto para 2012.
Em duas entrevistas dadas ontem, Dilma defendeu a mudança para o próximo ano. "Como no ano passado o crescimento [do PIB] foi zero, nós vamos discutir com as centrais um aumento maior que esse", disse a presidente eleita.
O reajuste do mínimo foi uma das principais bandeiras de campanha de José Serra (PSDB), que prometeu elevar o salário mínimo dos atuais R$ 510 para R$ 600, bem acima dos R$ 538,15 definidos pelo governo na proposta de Orçamento enviada ao Congresso em agosto.
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