Ação do Fed tem consequências negativas para o Brasil, diz Meirelles
A decisão do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) de injetar US$ 600 bilhões na economia americana "gera consequências negativas para outros países, e é o caso do Brasil", disse nesta quinta-feira o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, em Chicago.
Em palestra a estudantes da Booth School of Business, na Universidade de Chicago, ele afirmou que o "Fed está fazendo o que acha que é certo para os EUA".
O Brasil e outros países emergentes fizeram críticas ao programa de títulos da dívida norte-americana, anunciado na quarta-feira. O presidente Lula classificou de "irresponsabilidade" e mediocridade política" a ação do Fed.
Para o ministro Guido Mantega (Fazenda), "essa política de jogar dinheiro pelo avião só vai servir pra desvalorizar o câmbio e poderá gerar bolha nos países que estão comprando dólar".
Em entrevista, Meirelles não quis comentar o que o governo brasileiro fará para combater as consequências negativas do afrouxamento quantitativo, mas disse que ele "cria excesso de liquidez" para países como o Brasil. "Temos que tomar medidas para resolver essa questão."
TRANSIÇÃO
Questionado por um aluno brasileiro se a equipe de transição da presidente eleita, Dilma Rousseff, já está discutindo medidas para controlar o câmbio, Meirelles respondeu que o "time foi selecionado nesta semana para processar a transição e não está planejando políticas macroeconômicas".
À Folha o presidente do Banco Central disse "não estar pensando" se será mantido no Banco Central ou se assumirá um ministério no próximo governo.
"Ela [Dilma] tomará todas as decisões, é um processo bem organizado e acredito que as escolhas serão boas."
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