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Fazenda Arrossensal pode passar por reforma agrária
João Pedro-O Divisor |
A Justiça Federal em Brasília rejeitou o recurso do Grupo Camargo Correa que pretendia impedir o prosseguimento do processo de reavaliação da propriedade na esfera administrativa. A Fazenda ocupa uma extensão territorial de mais da metade do município de Nortelândia com cerca de 68mil ha, distribuídas em 16 matrículas.
A extensa área é apenas parcialmente explorada economicamente pelo Grupo Camargo Correa com criação de gado de elite, mineração e, mais recentemente, produção de energia elétrica por meio de Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCHs). Além de gerar poucos empregos e oferecer baixíssimo retorno em recolhimento de impostos, a propriedade acumula processos de crimes ambientais.
A propriedade vem sendo reivindicada por trabalhadores rurais sem-terra de Nortelândia para fins de reforma agrária e, a partir do questionamento formal junto ao Incra a Fazenda Arrosensal/Camargo era improdutiva e sub-explorada, o Incra de Mato Grosso determinou a realização de uma perícia para verificar se, de fato, a propriedade era produtiva e se cumpria, efetivamente, a sua função social.
No entanto, durante o procedimento, realizado por uma equipe de servidores do órgão, a imensa área de mais de 68mil ha acabou sendo vistoriada e analisada em tempo recorde, sete dias e a área recebeu a classificação de ‘extremamente produtivo’.
João Pedro-O Divisor |
Segundo o líder sindical, o laudo positivo recebido pelo Grupo Camargo Correa não chegou a ser surpresa, pois os servidores do Incra proibiram a coordenadoria do Sintraf de acompanhar seu trabalho ‘em campo’, ou seja, dentro da fazenda.
Diante da conduta estranha dos servidores do Incra que fizeram o laudo e do resultado deste, o Sintraf não aceitou a decisão do Superintendente do Incra de Mato Grosso de arquivar o processo de avaliação da desapropriação da fazenda, e de pronto, recorreu a Ouvidoria Agrária do Incra em Brasília e ao Ministério Público Federal.
O relatório de Apuração de Denúncia elaborado pela Ouvidoria Agrária do Incra se contrapôs ao laudo da primeira vistoria feito pelo órgão e apontou que, realmente, as informações dos técnicos são frágeis, indicando a necessidade de elaboração de um novo laudo a partir de uma vistoria mais aprofundada ‘in loco’ e checagem criteriosa das informações repassadas pela administração da fazenda.
Fonte:
O Divisor
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