Ex-aliado pede renúncia de Berlusconi e começa negociação para novo governo
O presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Gianfranco Fini, pediu neste domingo a renúncia do ex-aliado, o premiê Silvio Berlusconi, e disse ter iniciado conversas para um novo governo de centro-direita.
"Silvio Berlusconi deve tomar a decisão de entregar sua demissão e dizer que a crise (de governo) está de fato aberta", afirmou, ante 10.000 entusiasmados partidários de seu movimento Futuro e Liberdade pela Itália (FLI).
Para Fini, é preciso "chegar a uma nova fase da legislatura na qual se volte a debater a agenda e o programa, se verifique a natureza da coalizão e a composição do governo".
Fini foi pivô de um grande racha na coalizão de Berlusconi neste ano, ao abandonar o governista Povo da Liberdade (PDL) e criar um novo partido com colegas dissidentes. Berlusconi, que criticou duramente a atitude de Fini e ameaçou adiantar as eleições, sobreviveu ao voto de confiança no Parlamento.
Há meses, Fini começou a discordar publicamente do governo Berlusconi e, recentemente, afirmou que todos os políticos processados deveriam renunciar. Três ministros nesta situação acabaram abandonando o governo.
Presidente da Aliança Nacional (surgida do antigo partido neofascista MSI), Fini entrou em 1994 para a coalizão de Berlusconi e ambos fundaram, em março de 2009, o PdL, o grande partido destinado a reunir a direita italiana.
Fini também contribuiu para modificar um polêmico projeto de lei destinado a limitar as escutas telefônicas legais, contrariando Berlusconi diretamente.
Berlusconi acusou Fini de ser um traidor e conspirador e tentar levar o partido a uma lenta morte e pediu que deixe a Presidência da Câmara de Deputados. O PdL emitiu recentemente um comunicado duro condenando Fini e dizendo que suas ações e comentários não mais refletiam os ideais do partido.
O ex-aliado respondeu que a Presidência da Câmara "não está a disposição" do primeiro-ministro.
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