Serys avalia dificuldades encontradas por mulheres no poder
Após a vitória nas urnas de Dilma Rousseff (PT), primeira mulher a ser eleita ao cargo de presidente da Repúbica, a senadora Serys Marly (PT) concedeu à revista Época desta semana uma entrevista em que falou sobre as dificuldades encontradas para chegar ao poder no Brasil. Assim como Dilma, Serys também tem destaque histórico na política brasileira por ter sido a primeira mulher a presidir o Congresso Nacional e a segunda a participar da Mesa Diretora do Senado.
Na entrevista a senadora avalia a participação das mulheres na política e diz acreditar que, além de ser uma questão histórica e cultural, já que no país a política sempre foi vista como "coisa de homem", a ausência das mulheres em cargos eletivos tem a ver com o interesse feminino em lutar pela conquista desses espaços. "Temos que nos posicionar perante os partidos, líderes, exigir nossos direitos. Em pleno século XXI é preciso atentar que esta não é uma questão de guerra de sexos", ressalta.
Serys destacou ainda a responsabilidade de ser a primeira mulher a assumir a presidência do Congresso e a discriminação que várias mulheres sofreram ao tentar ingressar na política. "No começo dessa transição aquela que se arriscava precisava se impor masculinizando sua figura. Isso valeu a elas muitas piadas por parte dos homens", lembra. A senadora destaca ainda que ela própria foi vítima de discriminação, chegando a ser agredida quando atuou como deputada. "Para começar, quando cheguei não havia banheiro feminino na Assembleia, o que já demonstrava o preconceito. Em outro caso, numa discussão em plenário, levei um murro de um deputado", revela.
Confira a íntegra da entrevista da senadora Serys Marly à revista Época
Na mesma eleição em que Dilma reforçou a representação feminina na política as parlamentares mato-grossenses perderam força no Estado. Enquanto na Assembleia Teté Bezerra (PMDB) e Luciane Bezerra (PSB) garantiram a manutenção da quantidade de deputadas estaduais, Chica Nunes (DEM) e Wilma Moreira (PSB), que tentavam a reeleição, saíram derrotadas.
O mesmo ocorreu com a única deputada federal pelo Estado, Thelma de Oliveira (PSDB), que não conseguiu a aprovação dos eleitores para prosseguir no cargo. A própria Serys também acabou contribuindo para zerar a participação das mulheres mato-grossenses em Brasília. Depois de travar uma disputa interna no PT com o deputado federal Carlos Abicalil pela candidatura ao Senado, ela ainda amargou uma derrota por uma cadeira na Câmara Federal.
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