Semana Nacional de Incentivo à Saúde Mamária começa com polêmica

O lançamento da Semana Nacional de Incentivo à Saúde Mamária, nesta segunda (8), no Rio, foi marcado por uma polêmica. O secretário-geral da Sociedade Brasileira de Mastologia, Roberto Vieira, criticou a distribuição no Estado do Rio das máquinas de mamografia, as únicas capazes de detectar o câncer de mama em estágio inicial. Elas estão todas na capital.

Para o diretor da rede de hospitais federais do Rio, Oscar Berro, os oito mamógrafos disponíveis no Rio já são suficientes. Segundo ele, não adianta investir em outros municípios, porque "não há profissionais da área [de exames de imagem]" nessas cidades.

A cerimônia aconteceu na sede do Ministério da Saúde, no centro. Estima-se que, até o fim do ano, mais de 4.000 mulheres vão desenvolver a doença no Brasil.

Roberto Vieira afirmou que o exame de toque só detecta o câncer em estágio avançado.

"Quando a mulher tem o diagnóstico no início, não há gastos com o tratamento e ela é curada. Então, precisamos que os médicos recomendem mais que as pessoas façam a mamografia e não fiquem só no toque. Aqui no Rio temos um polo muito bom de diagnóstico, mas todo concentrado nas pessoas que têm plano de saúde, o que corresponde a 20% da população. O que falta é administração dessas máquinas", afirmou.

Segundo Vieira, "há um interesse para que as mulheres não façam o exame, pois as drogas para o tratamento são muito caras".

Para Oscar Berro, o problema não está na administração, mas na falta de profissionais.

"As pessoas não querem seguir essa área, então não adianta espalhar mamógrafos se não terá ninguém para tratar o câncer", disse.

Ele afirmou que a rede federal atende 70% dos casos da doença no Estado.

O câncer causa a morte de 10 mil mulheres no país.

A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que o rastreamento seja feito a partir dos 40 anos. Já o Inca orienta que a procura seja feita aos 50. Para quem já tem casos na família, o correto é fazer o exame a partir dos 26.