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Polícia
Terça - 09 de Novembro de 2010 às 00:41
Por: Dhiego Maia

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Geraldo Tavares/DC
Corpos foram encontrados pela filha de 13 anos. No Exército, sargento era conhecido pela tranquilidade
Corpos foram encontrados pela filha de 13 anos. No Exército, sargento era conhecido pela tranquilidade

O 3º sargento do 44º Batalhão de Infantaria Motorizada (BIMtz) do Exército, Valter Lucas de Moura, 46, matou ontem a esposa Delza Brígida de Moraes de Moura, 39, e se suicidou na sequência com um tiro na boca. O militar se armou de uma pistola 9mm, de uso restrito do Exército, e atirou três vezes contra a mulher. Os fatos aconteceram na casa do casal, que fica na Vila Militar, ao lado do batalhão, na região central de Cuiabá, por volta das 12h.

A Polícia Civil e o próprio Exército já abriram inquéritos de investigação paralelos para apurar quais circunstâncias motivaram o homicídio seguido de suicídio, já que não havia mais ninguém na residência do casal no momento dos fatos. Ambos têm prazo de 30 dias para conclusão das investigações.

O sargento era coordenador de obras internas do batalhão e Delza cuidava da casa. Segundo informações do major Gustavo Larica, Valter estava no horário do trabalho e armado quando se deslocou até a residência dele. Ninguém ouviu brigas ontem e nem mesmo os disparos de pistola.

Segundo o setor de Comunicação Social do Exército, os corpos de Valter e Delza foram encontrados pela filha do casal de apenas 13 anos, quando ela retornava da escola. Na frente de casa, a menina teria percebido que algo estava estranho, já que a residência se encontrava fechada. Pela janela da sala, ela avistou os corpos dos pais e logo comunicou o fato a um soldado que faz a segurança da vila. O soldado arrombou a porta da residência de nº195 e acionou os superiores do Exército e a polícia.

Uma vizinha, que não quis se identificar, disse que sempre ouvia brigas entre o casal e que Valter tinha “um ciúme doentio por Delza”. De acordo com o delegado Fausto de Freitas Silva, vinculado à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), todas as hipóteses serão investigadas. “Os detalhes são prematuros e nenhuma hipótese vai ficar de fora das investigações. Nós não descartamos a possibilidade de crime passional”, revela.

O próprio Exército confirma que o relacionamento do casal estava abalado. Segundo o major Larica, as brigas eram conhecidas. “Nós sabemos que eles estavam tendo várias brigas nos últimos tempos”, afirma o major.

Os corpos do casal foram encaminhados às 15h ao Instituto Médico Legal (IML) para realização de perícia. O exame vai constatar se Delza e Valter morreram apenas por disparos de arma de fogo, porque uma faca chegou a ser apreendida. Visivelmente, os corpos do casal estavam livres de outros sinais de violência, o que descartaria a possibilidade de luta corporal entre eles. Se o fato se confirmar na perícia, os tiros foram disparados de forma rápida, o que impossibilitou qualquer chance de defesa para Delza.

A polícia apreendeu a pistola 9mm, dois aparelhos celulares do casal e uma faca, objetos a serem periciados.

TEMPERAMENTO - O crime causou espanto para o Exército devido ao bom comportamento de Valter. Segundo a Comunicação Social, ele era conhecido pela tranquilidade, calma e boa índole. Valter entrou no Exército com 18 anos e, ao longo de 25 anos de trabalho, alcançou a maior patente possível, 3º sargento, já que integrava o grupo especial. A corporação já nomeou um encarregado para atuar diretamente nas investigações do Inquérito Policial Militar do Exército. Valter e Delza deixaram três filhos, sendo dois homens de 24 e 21 anos e a menina de 13. Até o fechamento da reportagem, a família não havia repassado informações sobre o enterro dos corpos, que deverá ocorrer ainda hoje.






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