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Economia
Quarta - 10 de Novembro de 2010 às 13:24

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O Banco Central aprovou nesta quarta-feira os nomes da nova diretoria do Banco PanAmericano, após a descoberta de uma fraude de R$ 2,5 bilhões na contabilidade da instituição financeira. Também foi aberto um processo para investigar se houve crime e quem foram os beneficiados com a operação irregular. 

A entidade é controlada pelo Grupo Silvio Santos e tem como sócia, desde o ano passado, a Caixa Econômica Federal.

O BC descobriu que o PanAmericano vendeu carteiras de crédito para outras instituições financeiras, mas continuou contabilizando esses recursos como parte do seu patrimônio. O problema foi detectado há poucos meses e houve uma negociação para evitar a quebra da instituição, já que o rombo era bilionário.

Foi aberto um processo de investigação para apurar se há indício de crime, com base na Lei do Colarinho Branco. Os responsáveis pelo problema também podem ser punidos pelo BC administrativamente.

Não está descartada possibilidade de que o erro na contabilidade tenha sido cometido deliberadamente, com objetivo de favorecer os responsáveis com o pagamento de dividendos e bônus por desempenho.

DIRETORIA

Ontem, no mesmo comunicado sobre o aporte, o banco informou que o conselho de administração elegeu uma nova diretoria. Celso Antunes da Costa é o novo diretor superintendente do banco. Em 2009, ele assumiu a diretoria de gestão da integração da Nossa Caixa com o Banco do Brasil. Costa já participou de outros quatro processos de integração, como ex-diretor do Banco Real.

ENTENDA

O PanAmericano atua, principalmente, em operações de crédito consignado e veículos. Os recursos para empréstimos não vem de depósitos feitos por correntistas, mas da venda dessas carteiras de crédito para grandes bancos.

O banco havia vendido carteiras de crédito para cerca de dez grandes instituições bancárias, mas não havia contabilizado parte dessas operações no seu balanço. Ou seja, vendeu um bem, usou o dinheiro, mas continuou contabilizando esse bem no seu patrimônio.

O Banco Central detectou há poucos meses que as informações prestadas pelos bancos compradores não batiam com o divulgado pelo Panamericano. Em determinado ponto da investigação, o banco admitiu os problemas na contabilidade.

SOCORRO

Chamado pelo BC, o controlador do Panamericano (Grupo Silvio Santos) informou que não sabia do problema até então. Disse que estava disposto a cobrir o prejuízo sozinho e que já estava em negociações com o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para obter os recursos.

O FGC é um fundo administrado pelos bancos brasileiros para cobrir perdas de correntistas em caso de quebra de alguma instituição.

Fechada a negociação, o socorro foi anunciado ontem pelo PanAmericano. O Grupo Silvio Santos obteve R$ 2,5 bilhões para cobrir o rombo no banco e deu parte do seu patrimônio como garantia.

Não houve aporte de dinheiro público. A Caixa Econômica Federal, que comprou parte do PanAmericano há quase um ano, não terá de arcar com o prejuízo. O BC diz que não havia detectado ainda o problema quando aprovou essa compra.

INVESTIGAÇÃO

O BC estima que a perda para o FGC seria praticamente a mesma se o banco quebrasse. Além disso, haveria risco de pânico em relação à situação de outras instituições financeiras.

Nesses levantamentos, o BC não detectou irregularidades desse tipo em outras instituições.






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