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Internacional
Quarta - 10 de Novembro de 2010 às 14:54

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As atual presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, e sua colega eleita Dilma Rousseff enfrentarão uma transição provavelmente difícil após a morte de Néstor Kirchner e a saída de Luiz Inácio Lula da Silva.

A afirmação consta no editorial desta quarta-feira do diário americano "Washington Post", sob título de "Transição sul-americana: as duas mulheres que liderarão o futuro do Brasil e Argentina".

O jornal lembra que durante a maior parte da última década dois "populistas de esquerda" dirigiram os maiores países da América do Sul.

Na Argentina, Néstor Kirchner exerceu o tipo de liderança que "tantas vezes freou a região potencialmente próspera: quase autoritário e economicamente inepto", afirma o "Post" sobre o ex-líder da Argentina, falecido em 27 de outubro, que era casado com Cristina.

No Brasil, Lula criou uma política combinando ortodoxia orientada ao livre mercado, com esforços para lutar contra a pobreza e o ativismo internacional, assinala o diário.

Agora, em apenas uma semana, os dois foram "substituídos". A morte de Kirchner deixou Cristina sozinha e Dilma, vencedora no segundo turno da disputa eleitoral, sucederá Lula em janeiro de 2011.

"Estas duas mulheres liderarão os dois países vizinhos que fazem parte do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes), em uma transição provavelmente difícil", considera o "Post".

A presidente eleita do Brasil "poderá ter dificuldades para igualar o hábil equilíbrio conquistado pelo antecessor entre o conservadorismo e o ativismo populista, sobretudo, levando em conta a herança de grandes verbas estatais para relações de empregados, uma divisa valorizada e um grande atraso em projetos de infraestruturas", enumera o jornal americano.

Sua promessa de ampliar o papel do Estado na exploração de campos petrolíferos "poderia piorar" a situação, afirma.

Se Dilma decide não aplicar políticas fiscais responsáveis, o Brasil poderia retomar a posturas do passado que impediram o país de unir-se às grandes potências, acrescenta.

Cristina tem uma oportunidade de afastar-se do "estilo polarizador" de Néstor Kirchner, que incluiu "tentativas de silenciar meios de comunicação críticos e a concentração do poder", sustenta o editorial.

Com as eleições presidenciais do próximo ano na Argentina, "o país terá a oportunidade de escolher um rumo mais eficiente, como o de Lula", conclui.






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