Parlamentar tenta anular concurso
Após utilizar a tribuna da Câmara de Rondonópolis na sessão desta quarta (10) para chamar a atenção do presidente da Casa, vereador Hélio Pichioni (PR), sobre as denúncias acerca do concurso público realizado pelo Legislativo em 19 de setembro, o vereador Mohamed Zaher (PR) disse que essa foi sua última tentativa de anular o certame. “Fiz um último apelo, agora não vou mais tocar nesse assunto”, declarou o parlamentar.
“As pessoas vêm nos procurar para dizer que o concurso foi um jogo de cartas marcadas e nós, como representantes da população, temos que levar essa preocupação adiante”, explicou, referindo-se às reclamações da população sobre o fato de que, para os quatro principais cargos oferecidos no certame, tenham sido classificados funcionários que já atuavam na Casa. “A participação do secretário no concurso não é ilegal, mas é imoral. São pessoas competentes, estudiosas, mas esta imoralidade incomoda as pessoas”, comentou.
Candidatos denunciam existência de cartas marcadas em concurso
Os classificados ainda precisam realizar a segunda fase das provas, marcadas para o próximo dia 14, e a ideia é que o concurso fosse anulado antes que elas acontecessem. A previsão é que o nome dos aprovados seja divulgado até o final deste mês pela ACPI, empresa promotora do concurso da Câmara de Rondonópolis.
Mohamed lamenta, principalmente, a forma como o certame foi conduzido. “Infelizmente, o presidente não tomou para si a responsabilidade de comandar o concurso. A responsável pela organização é a Mesa Diretora e, em momento algum, os demais vereadores foram consultados”, informou o vereador. “Poderia ser mais transparente”.
Na tribuna, ele utilizou como exemplo a polêmica sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na tentativa de comover Pichioni para a realização de um novo concurso, em que o próprio presidente assumisse a responsabilidade sobre a condução do processo. “Ele poderia entrar na história se anulasse esse concurso”, ressaltou. De acordo com Mohamed, as inúmeras denúncias por parte dos moradores tiram a credibilidade da Câmara e prejudicam o trabalho do Legislativo.
Diante das declarações de Pichioni de que o concurso aconteceu regularmente, inclusive com o devido acompanhamento do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado (TCE), justificando o prosseguimento do certame, o vereador ressalta que se estivesse no lugar do colega, anularia as provas. “Quem teve capacidade para passar, vai passar de novo”, ressaltou. Além dele, pediram a anulação do concurso os vereadores João Gomes (PR) e Lourisvaldo Manoel de Oliveira, o Fulô (PMDB).
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