À força, Palmeiras aprende a se virar sem Valdivia
Luiz Felipe Scolari se descabela quando Valdivia coloca a mão na coxa esquerda e pede para sair. Mas o fato é que o Palmeiras está aprendendo a jogar sem o chileno.
Anteontem, contra o Atlético-MG, Valdivia deixou o campo aos 16min de jogo com dores --provavelmente por causa de sua crônica fibrose. Em 30 dias, foi a quarta vez que ele deixou o gramado pelo mesmo motivo.
Ele fez exames médicos ontem, mas o clube ainda não se manifestou sobre os resultados. Hoje, deve ter uma conversa com os médicos e a comissão técnica para saber a gravidade da dor.
Ele está descartado do jogo de domingo, contra o Atlético-GO, pelo Brasileiro, e dificilmente jogará na quarta, contra o Goiás, pelas semifinais da Copa Sul-Americana.
A novela da fibrose de Valdivia tem deixado Scolari visivelmente irritado. Depois do jogo de anteontem, ele relutou para falar do assunto na entrevista coletiva.
Questionado se o problema dele poderia ser psicológico, Scolari disse que sim.
"Pode ser. Eu não sei, pode ser. Jogador diz que está pronto, treina igual aos outros, faz todos os trabalhos e é liberado", disse. "Ele vai fazer novos exames, e os médicos do Palmeiras vão olhar para ver se é a mesma coisa [fibrose]", completou.
Mas, quando deixou Scolari na mão, o time se virou.
A suada classificação do Palmeiras frente ao Atlético-MG aconteceu sem ele. Valdivia jogou menos de meio tempo nas duas partidas e foi substituído por Lincoln.
Na fase anterior, contra o Sucre, Valdivia saiu aos 36min do primeiro tempo do jogo de ida --o Palmeiras acabou vencendo por 1 a 0. Na volta, em casa, com a decisão praticamente garantida frente a um fraco adversário, Valdivia jogou 90 minutos --vitória por 3 a 1.
Até a fibrose --uma cicatriz no músculo-- começar a incomodá-lo no início de outubro, Valdivia havia disputado 13 jogos, com cinco vitórias, cinco empates e três derrotas, e marcado dois gols.
Sem ele --ou com ele por apenas poucos minutos--, o time manteve uma boa média: cinco vitórias, dois empates e duas derrotas.
Lincoln tem entrado bem e feito o papel de armador do time. O segundo gol, de Luan, contra o Atlético-MG, começou com uma jogada em velocidade dele.
As bolas paradas de Marcos Assunção continuam funcionando, Tinga tem se mostrado um bom apoiador, e os laterais, Gabriel Silva e Márcio Araújo, têm melhorado os seus repertórios.
Ou seja, o Palmeiras vê diminuir aquela dependência que tinha em Valdivia.
Mas, claro, aguarda o retorno dele. "É um verdadeiro guerreiro. Eu mesmo falei para ele sair [anteontem], pois precisamos dele em uma possível final", disse Kleber.
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