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Internacional
Sábado - 13 de Novembro de 2010 às 06:40

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Em seu discurso de despedida do G-20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pregou a necessidade de um Estado "forte" para promover o desenvolvimento. "Na crise de 2008, todos os países que tomaram medidas anticíclicas e que assumiram a responsabilidade de serem os indutores da economia colheram bons resultados."

Depois de afirmar que o Brasil saiu da crise "em seis meses", Lula afirmou que sua sucessora, Dilma Rousseff, não receberá uma "herança maldita" quando tomar posse. "O Obama recebeu uma herança maldita, que foi uma crise financeira sem precedentes e eu recebi uma herança maldita, que foi um país andando para trás", declarou Lula.

Segundo o presidente, a reação da economia brasileira se deu por meio da "decisão do governo de fortalecer o mercado interno como base no desenvolvimento". Na avaliação de Lula, todos os países da região, incluindo a Venezuela, apresentam boa situação econômica.

Chamando os demais líderes do G-20 de "companheiros", o presidente defendeu a necessidade de os países coordenarem suas políticas macroeconômicas e avaliarem os impactos delas sobre as demais nações. "Qualquer decisão que a Argentina tomar ou que o Brasil tomar terá efeitos imediatos nos países vizinhos. Agora imaginem potências econômicas como a União Europeia, os Estados Unidos, a China ou a Índia tomando posições unilaterais sem levar em conta a repercussão no restante do mundo."

Avaliação. Analistas dos Estados Unidos avaliaram que a participação da presidente eleita Dilma Rousseff nos dois dias da Cúpula do G-20, em Seul, na Coreia do Sul, foi discreta, mas positiva num evento internacional desse porte após a vitória nas eleições. "Foi uma atuação discreta, o que é correto, já que ela não era a representante do Brasil no fórum e sua participação tinha o intuito de introduzi-la no âmbito internacional", avalia Christopher Garman, diretor para America Latina do Eurasia Group. Para ele, Dilma conseguiu ainda deixar claro que seu governo estará disposto a proteger o real de uma valorização excessiva, em linha com a posição da administração atual.

O economista-sênior para América Latina da Economist Intelligence Unit (EIU), Robert Wood, disse que é importante para os players internacionais ver Dilma no G-20, ainda que não em um papel oficial, mas para assegurar que haverá continuidade em relação ao governo Lula. "Ela defendeu o câmbio flutuante e mostrou que seguirá as diretrizes macroeconômicas do atual governo."






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