Tribunal quer saber sobre a falta de licitação na compra de móveis para escritório.
TCE volta a questionar a Agecopa para esclarecer procedimentos
O relator permanente das contas anuais da Agecopa, conselheiro Antonio Joaquim, notificou a direção da agência a prestar esclarecimentos em prazo máximo de 15 dias sobre procedimentos administrativos. Segundo o relator, à primeira vista, os procedimentos indicam a hipótese de irregularidades.
O conselheiro questiona principalmente a adesão ilimitada a atas de registro de preços feitos quase à unanimidade em outros Estados, desprezando assim a realização de processos licitatórios específicos. A Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do Mundo do Pantanal já aderiu a 15 atas de registro de preços, totalizando R$ 1.097.027,04.
"A adesão a uma ata de registro de preços precisa ser justificada pelos aspectos da economicidade, da eficiência e do interesse público", explicou o conselheiro Antonio Joaquim, que fez questão de assinalar que não está fazendo antecipadamente julgamento de valor sobre o procedimento adotado. "Exatamente para esclarecer essas dúvidas que está sendo facultada à direção da Agecopa a apresentação de defesa aos apontamentos feitos pelos nossos auditores no relatório quadrimestral", acrescentou.
As dúvidas foram levantadas pelos auditores da 1ª Secretaria de Controle Externo, vinculada à Relatoria do conselheiro Antonio Joaquim. Além de uma equipe da 1ª Secex, o conselheiro mantém permanentemente na sede da Agecopa dois engenheiros auditores lotados na Secretaria de Controle Externo de Obras e Serviços de Engenharia (Secex Obras).
No caso da Agecopa, o TCE decidiu realizar auditoria integral e em tempo real, ou seja, todos os documentos estão sendo analisados quase que simultâneo aos feitos. Essa modalidade de auditoria tem viabilizado alertas e correções antes da ocorrência de prejuízos irreparáveis ao erário público.
De acordo com Antônio Joaquim, com a não realização de licitações a agência deixa de cumprir um dos seus principais papéis, que é o de fomentar a economia local, já que as empresas do Estado poderiam competir nos procedimentos licitatórios - mesmo que abertos para todo o país.
A Agecopa aderiu a atas de registro de preços para adquirir móveis de escritório em um total aproximado de R$ 540 mil. Também aderiu a ata de registro de preço para contratação de empresa especializada em locação de veículos, no valor de R$ 117 mil. Optou ainda por adesão a ata de registro de preço para contratação de prestadora de serviços de suporte logístico e operacional na realização de eventos, no valor de R$ 414 mil.
"Em alguns casos, houve adesão a atas de registro de preços de outros Estados desconsiderando a existência de outras atas similares em Mato Grosso, o que indica a falta de pesquisa", observou o conselheiro Antonio Joaquim.
Além desses casos, a direção da Agecopa terá que prestar esclarecimentos sobre apontamentos como não retenção de INSS sobre serviços, no valor de R$ 16.467,44, deficiência de controle interno e contratação de serviços com preços incompatíveis aos do mercado, no total de R$ 9.142.00.
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