Mãe e tios são suspeitos de assassinar bebê de 9 meses
O delegado do município de Jaciara (150 km de Cuiabá), Vitor Hugo Teixeira, instaurou um inquérito policial e investiga desde o dia 11 de novembro a morte do bebê Luiz Eduardo Rodrigues de Moura, de nove meses de idade, ocorrida no dia 30 de outubro. A criança vivia em uma propriedade na zona rural do município de São Pedro da Cipa, localizado entre os municípios de Jaciara e Juscimeira, na região Sul do Estado.
A Polícia trabalha com a hipótese de homicídio após receber o resultado da necropsia, realizada no Instituto Médico Legal de Rondonópolis (IML), que diagnosticou morte por politraumatismo. O médico legista apontou a existência de lesões no tórax, abdômen, na cabeça e nos pés da criança.
Conforme o delegado, a mãe da criança, a adolescente A.P.R.S., de 17 anos, contou em seu depoimento que deixou o filho aos cuidados de tios maternos 18 dias antes de seu falecimento e fazia visitas à criança de dois em dois dias. Ela também tem um filho de dois anos de idade e por dificuldades financeiras estava morando com a mãe em outra propriedade na mesma zona rural.
Antes disso, porém, morou por alguns meses no estado do Piauí, com os filhos e o marido Luiz Oliveira de Moura, que permanece em Mato Grosso. Luiz Eduardo nasceu no Piauí no mês de janeiro, logo que a família chegou para morar lá.
A morte do bebê foi comunicada à Polícia pelos próprios tios, que contou ao delegado que a criança amanheceu morta. Diante do fato, o delegado solicitou a necropsia e, assim que o resultado ficou pronto, no dia 10 de novembro, instaurou o inquérito policial devido à causa morte. Já foram ouvidos os tios da criança, Wilson de Oliveira da Silva e Valéria Moraes Neves, e a mãe do bebê.
O delegado pretende ouvir ainda o médico legista e a avó materna da criança, além do pai dela e vizinhos da casa onde morava com os tios. Um médico de Jaciara também será testemunha do caso e deve ser ouvido essa semana, pois no depoimento os tios contaram que assim que a criança foi deixada sob os cuidados deles, ela teria sido levado ao médico por apresentar um braço quebrado e dores próximos à clavícula.
Já a mãe adolescente relatou que o bebê teria caído de uma rede ainda no Piauí e havia machucado a cabeça e o braço. Segundo o depoimento dos tios, o médico que teria feito o atendimento não teria encontrado nenhum problema com a criança.
Conforme Vitor Hugo, a necropsia não apontou se as lesões que causaram a morte ocorreram ou podem ter ocorrido antes da data em que o bebê chegou à casa dos tios. Também não há evidências, ainda, se caso tenham sido provocadas ainda no Piaíu poderiam ter levado à morte da criança tantos dias depois. O delegado acredita que essas dúvidas serão sanadas com a oitiva do médico legista.
Para obter este depoimento, explicou, uma carta precatória ainda será emitida para a Delegacia Regional, que funciona em Rondonópolis, que vai marcar e fazer as perguntas enviadas pelo delegado que, no entanto, pretende estar presente diante da investigação que o caso requer.
O inquérito tem 30 dias para ser concluído, prorrogáveis por mais 30 e assim consecutivamente. “Pretendo fazer um trabalho cauteloso, não quero atropelar nada”, pontuou o delegado.
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