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Economia
Quarta - 17 de Novembro de 2010 às 05:48

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A União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) preparam o resgate do setor bancário irlandês, apesar da resistência de Dublin, que insiste em argumentar que não precisa da ajuda de seus parceiros internacionais.

A Comissão Europeia anunciou nesta terça-feira o envio de uma missão técnica conjunta com o FMI e o Banco Central Europeu (BCE) à capital irlandesa para intensificar os trabalhos de preparação para um eventual resgate do país, centrado no seu setor bancário.

O primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, no entanto, insistiu que por enquanto seu Governo não solicitou nenhuma ajuda, apesar das repetidas ofertas dos parceiros europeus, preocupados com o possível contágio de outras economias da zona, especialmente Portugal.

A Irlanda deseja evitar as fortes condições do mecanismo aprovado após a crise na Grécia para socorrer os países do euro com problemas de financiamento, por considerar que acarretaria na diminuição de sua soberania.

Entre outras coisas, Dublin teme que seus parceiros europeus exijam que o país gere mais receita mediante a alta do imposto de sociedades, que a ilha mantém em 12,5% para atrair os investimentos de multinacionais.

A UE considera essencial restaurar a confiança sobre o setor bancário irlandês para evitar o agravamento da crise da dívida na região.

O documento aprovado pelos ministros de Finanças da zona do euro nesta terça-feira especifica que as medidas adotadas pela Irlanda para garantir a estabilidade do seu setor bancário (mediante garantias, recapitalizações e separação dos ativos) não serviram para normalizar "as condições de mercado", e por isso aumentaram as preocupações indicando a necessidade de "mais reformas e medidas de estabilização".

Neste sentido, o comunicado diz que a Irlanda havia se comprometido a manter conversas com a Comissão Europeia, o FMI e o BCE para preparar um eventual resgate se o Governo do país decidir solicitá-lo.

"Os trabalhos técnicos permitirão ter todos os elementos e instrumentos no caso de a Irlanda reivindicar ajuda à zona do euro (Eurogrupo) e ao FMI", explicou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.

Klaus Regling, executivo-chefe da Facilidade Europeia de Estabilidade Financeira (o instrumento aprovado após a crise da Grécia para socorrer os países da zona do euro com problemas de financiamento), garantiu por sua vez que, se a Irlanda pedir assistência, o fundo estará pronto para "fornecer grandes quantidade de ajuda" em questão de dias.

Regling não precisou os números relativos ao eventual resgate da Irlanda e do seu setor bancário, já que isso dependerá de circunstâncias concretas.

Rehn concordou que "é prematuro" fazer especulações sobre esse aspecto antes que FMI, Comissão Europeia e BCE façam suas avaliações.

O Governo irlandês calculou o resgate do seu sistema financeiro em 50 bilhões de euros, o que elevará o déficit público do país a 32% do PIB em 2010.

Fontes ligadas à negociação citadas pelo diário "The Wall Street Journal" elevaram o preço do resgate total da Irlanda a 100 bilhões de euros, metade dos quais seriam destinados a estabilizar a situação dos cofres públicos.

No entanto, nada disso é concreto, como explicou nesta terça-feira o presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro luxemburguês, Jean-Claude Juncker, já que a decisão de solicitar a ajuda da comunidade internacional só corresponde à Irlanda.





Fonte: Efe

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