Relatório é concluído e aponta para pagamento de propina de empresários a servidores da empresa
Comissão não descarta CPI sobre esquema na Sanecap
A Comissão Especial formada pelos vereadores Toninho de Souza (PDT), presidente; Antônio Fernandes (PSDB), relator; e Chico 2000 (PR), membro, apresenta nesta quinta-feira (18) o relatório final da "Máfia da Seca". O nome faz alusão a um suposto esquema de má distribuição de água, feito por funcionários da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap).
A denúncia do esquema, feita por funcionários do próprio órgão à Câmara Municipal, resultou em uma sindicância iniciada no dia 4 de outubro. A partir da data, a Comissão realizou audiências públicas nos bairros Novo Paraíso II, Jardim Universitário, Altos da Serra, Alvorada, CPA IV e Altos da Boa Vista.
Após as audiências, foi a vez das oitivas, que seriam realizadas entre os dias 8 e 12 deste mês, para relatos da população, funcionários da Sanecap e empresários de caminhões-pipa. Durante esta etapa, vários moradores garantiram que pagaram propina para receber serviços e impedir o corte de água. Mas, as oitivas foram paralisadas pela Comissão, no dia 11, quando os vereadores entenderam que a ausência de funcionários da autarquia "quebraram" a continuidade das investigações.
Na ocasião, os vereadores informaram que buscariam formas de obrigar aqueles que faltaram a comparecer às oitivas. Apesar disso, de acordo com Antônio Fernandes, a Comissão não encontrou mecanismos jurídicos, o que pode ser fundamental para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
"Infelizmente, não conseguimos trazer pessoas que eram fundamentais no processo de investigação, o que nos prejudicou muito. Vamos apresentar o relatório final na próxima sessão para que, junto com os demais vereadores, possamos discutir outros meios para ouvir os depoimentos. Se for uma decisão também do plenário, vamos requerer uma CPI para ter mais poder nas investigações", explicou Antônio.
Da mesma opinião é o vereador Toninho de Souza, que acredita no poder da CPI para que as investigações tenham um fim, e a falta de água, que já se tornou crônica em alguns bairros, tenha fim. O presidente da Comissão destacou a importância de problemas como este serem sanados o mais rápido possível, focando também a Copa do Mundo de 2014.
"Como sede de uma Copa do Mundo, maior evento esportivo do planeta, Cuiabá precisa ter um abastecimento de água eficiente para atender a toda a demanda. Não é só por causa do Mundial, mas também para atender ao anseio de toda a sociedade cuiabana, que vive por este drama há muito tempo. O nosso trabalho não pode parar", ressaltou.
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