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Terça - 24 de Setembro de 2013 às 16:58

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Estudar espécies com riscos de extinção e promover o desenvolvimento ambiental de uma área com fauna e flora exuberantes. Esses são alguns dos objetivos do projeto Bichos do Pantanal, implantado este mês em Cáceres, a 250 km de Cuiabá, pelo Instituto Sustentar de Responsabilidade Socioambiental, em parceria com uma empresa do governo federal. A pesquisa vai durar dois anos, com possibilidade de prorrogação por igual período.

O Pantanal tem, catalogadas, 212 espécies de mamíferos e anfíbios, 656 de aves, 98 de répteis, 325 de peixes. A pesquisa, no entanto, terá como prioridade estudar animais como ariranhas, lontras, onças-pintadas e aves, com o objetivo de aumentar o conhecimento sobre esses bichos e também ajudar na preservação deles.

Onça-pintada, um dos animais típicos do Pantanal (Foto: Douglas Trent)

A onça-pintada é uma das espécies típicas do Pantanal mato-grossense (Foto: Douglas Trent)

“No Pantanal é impossível estudar todas as espécies, por causa da grande diversidade. Então, escolhemos estudar aquelas com riscos de extinção”, diz o pesquisador-chefe do projeto, o ecólogo americano Douglas Trent, que ressalta que as ariranhas e as lontras ainda foram pouco estudadas no próprio habitat.

O estudioso vai navegar por dois anos pelo rio Paraguai, entre Cáceres e a Estação Ecológica de Taiamã, no barco sede da pesquisa, com outros três pesquisadores. A navegação também vai permitir o levantamento dos peixes que vivem naquelas águas.

Trent, que estuda o Pantanal há mais de 30 anos, diz que é difícil saber os números exatos das espécies citadas porque não há referências sobre o assunto. “É preciso que haja um ponto de comparação. Começar a monitorar hoje e ver os resultados daqui a cinco ou dez anos. Saber onde estão, a quantidade de famílias. Isso precisa ser feito”, explicou.

O levantamento da população e dieta das onças-pintadas, ariranhas, lontras e aves será feita por meio de câmeras trap instaladas na mata e também embaixo d"água, e com GPS.

Por meio de fotografias e filmagens, será possível identificar os animais, que têm características especiais para cada indíviduo ser reconhecido, explica a coordenadora do Instituto Sustentar, Jussara Utsch.

Levantamento da população animal será feito por meio de GPS ou câmeras na mata e embaixo d

Levantamento da população animal será feito com GPS ou câmeras na mata e embaixo d"água. (Foto: Douglas Trent)

A onça-pintada, por exemplo, tem manchas na testa que são a "impressão digital" dela. Nas ariranhas, as manchas ficam no pescoço. No caso das lontras, fica mais difícil identificá-las. "Nesse caso, as câmeras vão ficar submersas nos rios. Esses animais são mais ariscos e, por isso mesmo, fica mais difícil estudar", diz Jussara.

No caso das aves, além das fotos e vídeos com as câmeras trap, haverá ainda gravação de voz desses animais. Os pesquisadores querem saber detalhes da dieta e a sazonalidade, ou seja, em que época do ano são encontradas determinadas espécies na região.

Já os peixes serão capturados com anzóis especiais, que não machucam, e tarrafas. As espécies vão ser fotografadas e, ainda, analisados quesitos como a ocorrência de parasitas e a saúde dos animais, de forma geral. Depois, serão soltos no rio.

Desenvolvimento humano
No entanto, apesar do nome, o Bichos do Pantanal não terá foco somente nos animais. O capital humano é parte fundamental para que o projeto tenha sucesso. A ideia é promover atividades de geração de emprego e renda, investindo em áreas como turismo e artesanato, por meio de parcerias com as iniciativas pública e privada.

Projeto vai abranger trecho do rio Paraguai, entre Cáceres e Estação Ecológica de Taiamã. (Foto: Douglas Trent)


Projeto vai abranger área ao longo do rio Paraguai.
(Foto: Douglas Trent)

Os pesquisadores também pretendem desenvolver atividades de educação ambiental nas escolas do município. “É muito importante que esse conhecimento chegue aos alunos, essa noção de respeito ao meio ambiente. Quando as pessoas conhecerem a natureza, vão começar a preservar. Esse é um projeto que deve ser de todos”, justifica Trent.

Cáceres, escolhida para abrigar o projeto por conta de sua localização na bacia pantaneira, também vai sediar o programa “Conexão com a Natureza: conhecer para preservar – uma lição de vida”, que terá como público-alvo moradores e comunidades com economia baseada na pesca e agropecuária.

A intenção, de acordo com o projeto, é formar uma espécie de rede de cooperação, com formação de monitores em educação ambiental e guias locais para orientar turistas, pescadores, entre outros.

O Pantanal é Patrimônio Nacional, Reserva da Biosfera Mundial e Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura.

Ariranha, espécie pouco estudada em seu habitat (Foto: Douglas Trent)A ariranha é uma espécie pouco estudada em seu habitat no Brasil (Foto: Douglas Trent)




Fonte: Do G1 MT

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